“A esta aprovação corresponde a atribuição de um apoio do Fundo de Coesão no valor de 60 milhões de euros e um investimento elegível total no montante de mais de 89 milhões de euros”, afirma em comunicado o gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
A comparticipação da União Europeia é concretizada através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
O Governo recorda que o SMM “consiste na implementação de um metrobus, utilizando veículos elétricos a baterias que irão operar no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra”, ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo.
Servido por autocarros elétricos, o SMM deverá constituir-se “como o futuro sistema de mobilidade da região, com elevados níveis de segurança, rapidez e conforto”, segundo a nota.
Das quatro empreitadas que integram o projeto do SMM, está em curso a obra do troço entre Serpins, na Lousã, e o Alto de São João, em Coimbra, e decorre o concurso da empreitada do troço Alto de São João — Portagem.
“Os concursos das empreitadas dos restantes troços (Portagem – Coimbra B e Linha do Hospital) serão lançados durante 2021″, adianta o gabinete de Pedro Nuno Santos.
O SMM visa “promover a mobilidade sustentável, através da implementação de um serviço de mobilidade atrativo e competitivo, operado por autocarros elétricos, conduzindo à transferência modal para um modo de transporte energeticamente mais eficiente e com menores emissões”.
“Reforçar a intermodalidade do sistema de transportes da região de Coimbra, criando condições de integração física, bilhética e tarifária”, é outro dos principais objetivos do empreendimento.
A ligação de Lousã e Miranda do Corvo ao centro urbano de Coimbra, “sem transbordo, com condições de segurança e fiabilidade, reforçando a integração económica e social do território”, está igualmente nos propósitos do executivo de António Costa.
O Ramal da Lousã, onde o comboio começou a circular em 1906, foi encerrado há 11 anos, para acolher um sistema de metro ligeiro prometido por sucessivos governos, desde 1993, mas que nunca chegou a sair do papel.
O desmantelamento da linha centenária começou em finais de 2009, por iniciativa do último Governo de José Sócrates, e as obras pararam algum tempo depois devido a problemas financeiros, continuando os utentes a ser transportados, até agora, em autocarros.
Segundo diferentes estimativas, o Estado já gastou mais de 150 milhões de euros em diversas intervenções no Ramal da Lousã, incluindo a construção das interfaces rodoferroviárias nas estações, e na realização de cerca de 100 estudos e projetos para fazer avançar o metro sobre carris, solução abandonada pelo atual Governo, bem como o funcionamento da empresa Metro Mondego, criada em 1996 e pela qual passaram várias administrações ao longo de uma dezena de governos.
Comentários