A Comissão Europeia está agora mais otimista e espera que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2016 e 1,6% este ano, ligeiramente acima das previsões do Governo para esses anos.
Nas previsões económicas de inverno divulgadas hoje, a Comissão Europeia reviu em alta a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2016, de 0,9% em novembro, para 1,3%, devido a um “forte desempenho na segunda metade do ano, particularmente no turismo” e no consumo privado, apesar da contração no investimento.
Bruxelas destaca o crescimento do setor exportador no ano passado, “ajudado pelo desempenho muito forte do turismo”, salientando a melhoria “apesar do aumento estimado dos custos do trabalho”.
A Comissão Europeia estima que esses efeitos se prolonguem este ano e no próximo, enquanto as importações devem acelerar, “acompanhando a recuperação do investimento”.
Bruxelas melhorou também as estimativas para 2017 e 2018, esperando agora que a economia cresça 1,6% e 1,5%, respetivamente, quando nas previsões de outono previa que o PIB avançasse 1,2% este ano e 1,4% no próximo.
Embora se revele mais otimista, a Comissão Europeia admite que existem riscos negativos para a previsão, considerando que “os problemas por resolver no setor bancário podem diminuir a recuperação esperada do investimento”.
Bruxelas considera que o consumo privado deve manter-se robusto, “ao ser impulsionado pelo aumento do salário mínimo e da melhoria do mercado de trabalho”, mas deve abrandar nos próximos anos.
A Comissão espera também que o investimento melhore, mas que esse crescimento seja mais visível apenas em 2018, “uma vez que serão implementados mais projetos no âmbito do novo programa de fundos europeus e que as condições de financiamento melhorem gradualmente”.
Bruxelas destaca também que “a forte época turística apoiou a criação de postos de trabalho e os salários melhoraram”, mas alerta que, no entanto, o crescimento do emprego deve diminuir gradualmente, de 1,3% em 2016 para 0,6% em 2018.
A Comissão reviu ligeiramente em alta a taxa de desemprego em 2016 e 2017, esperando agora que representem 11,2% e 10,1%, quando em novembro antecipava que fossem 11,1% e 10%. Para 2018, melhora ligeiramente a previsão, de 9,5% para 9,4%.
Os números Bruxelas são conhecidos na véspera de o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgar a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais referente ao quarto trimestre do ano passado, apresentando também a evolução do PIB no conjunto de 2016.
O crescimento de 1,3% do PIB em 2016 significa que a economia abrandou face a 2015 (quando cresceu 1,5%), mas revela também uma melhoria face ao previsto pelo Governo para o ano passado no Orçamento do Estado de 2017, divulgado em outubro.
No documento, o executivo liderado por António Costa reviu em baixa a estimativa de crescimento económico para 2016, de 1,8% para 1,2%, e estima que a economia acelere ligeiramente para 1,5% em 2017.
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