O tema está a ser hoje debatido num Conselho Europeu, em Bruxelas, estando em causa um Fundo de Recuperação pós-pandemia na ordem dos 750 mil milhões de euros, com os chamados "países frugais", como Países Baixos, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia, a opor-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções.

"Parece-me particularmente irresponsável a posição da Holanda, de querer um veto sobre as políticas dos outros países para os fundos. Mas a mesma Holanda tem uma política de 'dumping' fiscal na União Europeia", acusou a líder do BE, à margem de uma reunião com vários especialistas em saúde pública, no Porto.

Catarina Martins considerou que o Governo dos Países Baixos está a ter "uma postura de oportunismo inaceitável", vincando que é preciso "ter coragem para desmascarar uma União Europeia que é desigual e injusta e penaliza sempre os mesmos países".

"A Holanda convida as empresas de outros países a lá se fixarem e pagarem menos impostos, mas essas receitas ficam no país. Estamos a falar de impostos que fazem falta a Portugal, Espanha e Itália para responder a esta crise", analisou a coordenadora do Bloco.

A dirigente bloquista espera, por isso, que a União Eropeia tenha "uma resposta solidária forte à pandemia", lembrando que "nenhum país pode achar estar imune".

"Há países, como Portugal, onde o turismo tem mais peso no PIB, como em Portugal, onde o confinamento teve peso mais forte e penalizador para economia e para o emprego. Mas todos os países da União Europeias estão dependentes. Caso não haja uma resposta solidária, teremos a crise social e económica a agravar-se", vincou Catarina Martins.