O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, durante a cerimónia sobre reforço da oferta de transporte público nas áreas metropolitanas, que decorreu no Ministério do Ambiente e Ação Climática, em Lisboa.

Segundo o governante, o objetivo é a contratualização de veículos de transporte rodoviário que não se encontram em circulação de operadores privados, nomeadamente de turismo ou excursões, para o referido reforço da rede ferroviária e rodoviária.

Na Área Metropolitana do Porto são 17 as linhas, de seis municípios, que necessitam de reforço de oferta de transporte, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa serão reforçados, de acordo com o secretário de Estado, três operadores, nomeadamente a CP nas linha de Sintra, a partir do Cacém e Amadora, e os terminais da Pontinha, Sete Rios e Entrecampos.

Também a Fertagus, no Pragal, irá ver o serviço reforçado no período da manha e no final do dia, assim como a Metro Transportes do Sul, na ligação Corroios e Cacilhas.

Segundo Eduardo Pinheiro, o acordo irá “utilizar recursos que estão atualmente parados”, nomeadamente os operadores de transporte coletivo rodoviário como os de turismo que ainda estão com atividade reduzida e cujos meios podem ser mobilizados para este reforço”.

De acordo com o secretário de Estado, é necessário antecipar as soluções que aumentem a oferta e não esperar quando “o problema estiver em cima da mesa”.

Ainda de acordo com Eduardo Pinheiro, o investimento vão permitir contratar 375 mil quilómetros e transportar cerca de um milhão de passageiros em cada uma das áreas metropolitanas.

Presentes na cerimónia estiveram igualmente, os presidentes das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, Fernando Medina e Eduardo Vítor Rodrigues, respetivamente, este ultimo através de videoconferência.

Vítor Rodrigues salientou que, nos últimos meses, “aumentou a compra de automóveis em segunda mão” em três concessionários do Grande Porto, reconhecendo que existe por parte da sociedade “uma sensação de que os transportes públicos não são seguros”.

Já na sua intervenção, Fernando Medina optou por destacar, em primeiro lugar, que os transportes públicos “são um meio seguro nesta pandemia”, salientando que a sua afirmação é corroborada por “vários estudos e análises”.

Segundo Fernando Medina, a iniciativa de hoje “procura antecipar problemas que surjam”, além de “procurar a afinação de problemas específicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML), nomeadamente em horários específicos”.

“Vamos funcionar com mais oferta e, em determinados horários, reforçar essa mesma oferta para que o transporte coletivo se continue a afirmar como transporte de qualidade”, frisou.

Para a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, a medida hoje anunciada reveste-se de importância já que traz “operadores privados para contribuir para o esforço conjunto” numa área “muito importante para a mobilidade urbana”.

À semelhança do que acontecia em dias de greves de comboios, as informações sobre os reforços nos transportes será disponibilizada pelas operadores junto às estações da CP e/ou paragens de autocarro.

Na prática, os reforços vão acontecer nas ligações diretas entre as estações do Cacém e da Amadora, e o terminal da Pontinha – Sete Rios – Entrecampos (onde existe ligação ao metropolitano) no período da manhã.

Serão ainda reforçadas as ligações rodoviárias diretas entre as estações do Pragal e Lisboa: sentido Pragal – Lisboa, entre as 06:20 e as 08:00 e, no sentido inverso, entre as 17:10 e as 18:10.

Vão ser igualmente reforçadas as ligações rodoviárias complementares na linha 1 do Metro Sul do Tejo, no sentido Corroios – Cacilhas, entre as 07:20 e as 08:00 e, no sentido Cacilhas – Corroios, entre as 16:30 e as 18:15.