Manuel Queiró, presidente da CP, em declarações à Lusa explicou que a contratação de trabalhadores foi autorizada pelo Governo "em finais de setembro", após "dois anos e meio de insistência".

No entanto, sublinha que ainda é cedo para saber se este reforço dos quadros é suficiente para fazer face às necessidades da empresa. "Quando [o recrutamento] terminar, vamos ver se precisamos de mais. Em dois ou três meses podemos fazer um balanço", declarou.

O recrutamento decorre em duas fases, com as candidaturas abertas num primeiro momento aos trabalhadores da empresa e, posteriormente, ao exterior, segundo Manuel Queiró.

Recorde-se que as empresas do Setor Empresarial do Estado não podem proceder ao recrutamento de trabalhadores para a constituição de vínculos de emprego por tempo indeterminado, ou a termo, sem prejuízo de situações excecionais, devidamente fundamentadas, nos termos do disposto na legislação.

Empresa prepara renovação de comboios da Linha de Cascais

A CP está, ainda, a estudar a hipótese de substituir os comboios da Linha de Cascais para ter uma "solução" pronta assim que avançar a modernização da linha ferroviária, que o Governo pretende candidatar ao ‘Plano Juncker’.

Manuel Queiró disse que a empresa está "a fazer a sua parte do trabalho para ter um novo comboio para a Linha de Cascais assim que existam condições estruturais".

"Estamos a avaliar se vale a pena dar um novo ciclo de vida a esse material ou avançar para um comboio novo", explicou, adiantando que a empresa está a debater as possibilidades com o Governo.

Sem adiantar mais pormenores sobre o processo em curso, o presidente da CP salientou que as 17 automotoras da Linha de Cascais têm "muitos anos de vida", o que dá força à opção de aquisição de novo material circulante, em vez da renovação dos comboios em operação.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, anunciou no final de fevereiro a intenção de apresentar a modernização da linha ferroviária de Cascais ao ‘Plano Juncker’, que pretende mobilizar 315 mil milhões de euros nos próximos três anos para investimentos para a Europa.

Já antes o governante tinha rejeitado a possibilidade da Linha de Cascais ser concessionada, como o anterior governo pretendia, garantindo que "não será por concessão que o investimento será realizado".

Manuel Queiró garantiu que, "até ao investimento ser realizado, não haverá nenhuma degradação do serviço".

Além da CP, o processo da modernização da Linha de Cascais envolve a Infraestruturas de Portugal, empresa liderada por António Ramalho, responsável pela gestão da rede ferroviária.