Assunção Cristas falava no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma reunião com o Presidente da República, em que esteve acompanhada pela líder parlamentar e vice-presidente da Comissão Executiva do CDS-PP, Cecília Meireles, e pelo deputado Telmo Correia, presidente da Mesa do Conselho Nacional dos democratas-cristãos.

Quanto à posição que o CDS-PP transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2020, confirmou: “Votaremos contra. Este é um orçamento no qual nós não nos revemos”.

Interrogada se admite que o seu sucessor possa ter uma posição diferente nesta matéria, Assunção Cristas respondeu: “O CDS está em transição, como sabem. Teremos o nosso congresso no final de janeiro do próximo ano, 2020. Não creio que esta questão orçamental seja uma que divida o CDS”.

A líder cessante dos democratas-cristãos começou por referir aos jornalistas que teve “uma agradável conversa” com o Presidente da República, “num momento também de transição” para o seu partido, que serviu para “desejar as boas festas, um santo Natal, também boas entradas em 2020″ e para “tecer alguns comentários a propósito do Orçamento do Estado”.

Questionada se abordou outros temas com o chefe de Estado nesta reunião, que durou cerca de uma hora, Assunção Cristas disse que se falou sobretudo do orçamento para 2020, “que é o tema do momento”, mas que “também foi um tempo de balanço e de conversa sobre esta legislatura que começa”.

“É um orçamento que nós entendemos que não serve os interesses do país, que vive mais uma vez de um aumento da carga fiscal, que, num cenário internacional de grande incerteza quanto ao crescimento económico, não mostra ter ferramentas apropriadas para nos podermos preparar para isso”, criticou, observando: “Mas não é nada a que, infelizmente, não estejamos já habituados”.

Quanto ao balanço que fez no plano político mais em geral, Assunção Cristas escusou-se a torná-lo público: “Neste momento, não tenho mais nada a acrescentar se não desejar a todos um santo Natal”.

A presidente do CDS-PP anunciou que iria deixar a liderança do partido logo no início da noite eleitoral das legislativas de 06 de outubro, em que os democratas-cristãos obtiveram 221.094 votos, 4,22% do total, e elegeram cinco deputados, declarando que não se iria recandidatar no próximo congresso extraordinário, que pediu que fosse convocado em breve.

O CDS-PP foi o último partido com assento parlamentar a ser recebido hoje pelo chefe de Estado, depois de Livre, Iniciativa Liberal, Chega, PEV e PAN.

Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa irá receber os restantes partidos representados na Assembleia da República, BE, PCP, PSD e PS, completando assim esta ronda de contactos com as forças políticas, que tem promovido com regularidade.

Na proposta de Orçamento do Estado, o Governo prevê um excedente orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o que a concretizar-se será o primeiro saldo orçamental positivo da democracia, e mantém a previsão de 0,1% de défice neste ano.

Quanto ao crescimento económico no próximo ano, foi inscrita uma previsão de 1,9% do PIB, e em matéria de emprego perspetiva-se uma descida da taxa de desemprego para 6,1%.

A proposta de Orçamento do Estado para 2020 vai ser votada em plenário na generalidade no dia 10 de janeiro e a votação final global está marcada para 06 de fevereiro.

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