O valor de investimento em energias limpas terá que “triplicar até 2030” para um valor entre 3,5 e 4,3 biliões de euros por ano para se conseguir uma indústria descarbonizada.
O dinheiro, sugerem os responsáveis pelo estudo “Financiamento da Transição para um Futuro de Emissões Neutras”, terá que vir da “combinação de capital público e privado” e será necessário mudar os modelos empresariais atuais.
No estudo identifica-se “um fosso” entre o dinheiro que seria preciso para inovações tecnológicas menos poluentes e “os investimentos reais” para as tornar realidade, porque são pouco competitivos, arriscados e exigem muito capital.
Assim, quem inventa essas tecnologias não encontra financiadores e as empresas que poderiam delas beneficiar não conseguem usá-las.
“Existem barreiras ao investimento no desenvolvimento de tecnologia neutra para o clima, tanto do lado da oferta — as empresas tecnicamente capazes não conseguem encontrar investidores acessíveis — como do lado da procura — os investidores enfrentam uma escassez de projetos, baixos retornos e alto risco — criando um círculo vicioso que impede o progresso para os objetivos do Acordo de Paris.
Defende-se uma “intervenção pública” que dê benefícios às primeiras empresas que adotem tecnologia que as aproxime da neutralidade carbónica.
Entre os setores mais poluentes como os transportes e a indústria, “que representam 25 por cento das emissões globais”, é mais difícil passar da combustão para a eletricidade, pelo que são “um campo de oportunidades”.
Áreas mais específicas como “o aço, a aviação ou os transportes marítimos” totalizaram 13,8 mil milhões de euros em investimentos em combustíveis mais sustentáveis como o biocombustível e o hidrogénio em 2020, registando-se um aumento anual durante os últimos 10 anos.
Contudo, “ainda não são suficientes”, estima-se no documento, que preconiza “um investimento anual entre 700 e 900 mil milhões de euros para alcançar uma descarbonização total”.
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