Fernando Medina, que iniciou hoje uma visita a Luanda, até quinta-feira, a convite da sua homóloga angolana, Vera Daves de Sousa, falava à imprensa depois de visitar a empresa Angonabeiro.
Segundo o ministro, o empresário fundador do Grupo Nabeiro — Delta Cafés, que morreu em 19 de março passado, em Lisboa, deixou “uma obra única, ímpar, em Portugal, na área empresarial, na área da inovação, mas fundamentalmente como uma pessoa com uma profunda consciência social”.
O ministro salientou que Rui Nabeiro teve sempre “preocupação de ficar ligado à sua terra, ficar ligado ao seu país, desenvolver a sua terra, o seu país, e preocupar-se com aqueles que podia apoiar em todos os momentos”.
“Uma pessoa com uma grande consciência cívica e política, sempre a participar em vários momentos da vida do país”, frisou ainda o ministro.
O governante português manifestou satisfação com o trabalho realizado na fábrica e os projetos que tem para o futuro, os novos lançamentos que estão em marcha.
“E também bom ver que se replica aqui um pouco o que foi a relação e a cultura que Rui Nabeiro deixou na empresa, no fundo uma preocupação com os produtores locais, uma preocupação em poder servir também as comunidades com quem a empresa se relaciona, por isso um bom início de visita”, disse.
O titular da pasta das Finanças de Portugal disse esperar com a sua visita o estreitar das relações entre Portugal e Angola, e de poder contribuir com o trabalho “para que as palavras se traduzam em atos”.
O objetivo, disse, é que se “vão resolvendo obstáculos, se vão criando oportunidades, se vá obtendo oportunidade para as empresas portuguesas, oportunidades para o desenvolvimento de vários projetos em Angola e uma relação muito próxima que existe também ao nível da relação bilateral na área das finanças”.
De acordo com o ministro, a visita serve igualmente para fazer o ponto de situação “e ver o que se pode melhorar”.
Fernando Medina vincou que a cooperação bilateral entre os dois países é “muito forte”, sendo a deslocação uma oportunidade para os dois ministros continuarem a avançar com o trabalho conjunto, seja ao nível da cooperação, seja ao nível da relação técnica e do apoio continuamente a várias áreas, seja também ao nível de vários instrumentos assinados.
Em declarações à imprensa, o diretor financeiro da Angonabeiro, Carlos Gomes, destacou que a empresa faz hoje exportações do seu produto para Portugal e Suíça.
“Acabámos de exportar há bem pouco tempo um contentor para a Suíça e pretendemos continuar a trilhar esse caminho. Projetar a marca Ginga, uma marca angolana no mercado internacional, neste momento no mercado europeu, mas sempre disponível para abrir portas a outras geografias”, disse.
Carlos Gomes disse que a empresa deu início à produção de cápsulas de café da marca Ginga, inicialmente apenas para o mercado doméstico “com café 100% angolano”, devendo o produto estar disponível nas superfícies comerciais dentro de um mês.
Atualmente, a empresa produz acima das 400 toneladas por ano, entre moídos e grão, com uma capacidade instalada para crescer.
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