“Desde 2013 que o número de trabalhadores da construção no trimestre inicial do ano não era tão elevado”, refere a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), apontando um aumento de cerca de 5.000 trabalhadores do setor até março, representativo de 6,5% do acréscimo do emprego total da economia (que cresceu 1,5% homólogos nesse período).
Em 2018 o emprego na construção tinha recuado 0,2% homólogos, para 307 mil trabalhadores, interrompendo a sequência de três anos de recuperação entre 2015 e 2017.
Relativamente ao desemprego no setor, recuou 26,3% em março, o que corresponde a menos 8.907 desempregados do que no mesmo mês de 2018, num contexto em que, em termos nacionais, a taxa de desemprego recuou para 6,8% no primeiro trimestre (353,6 mil desempregados), face aos 7,9% (410,1 mil desempregados) do período homólogo de 2018.
Paralelamente, o consumo de cimento em Portugal cresceu 20% em termos homólogos até abril, ultrapassando o milhão de toneladas consumidas, “o que não se verificava desde 2012″, e os indicadores de procura dirigida ao setor revelaram “um acentuado dinamismo, quer em termos de investimento privado, quer no que concerne ao investimento público”.
Assim, se as licenças de construção “evoluíram de forma muito positiva”, com 5.887 novos fogos a serem licenciados até março (mais 28%), no mercado das obras públicas o valor das obras lançadas a concurso cresceu 77% até abril face ao mesmo período do ano anterior.
“Estes sinais de recuperação da atividade da construção revelam-se mais animadores do que a evolução apurada para a globalidade da economia, a qual, segundo a estimativa rápida das contas trimestrais do INE [Instituto Nacional de Estatística], terá crescido, em volume, 1,8% no primeiro trimestre do ano”, sustenta a FEPICOP.
Para 2019, a previsão da federação aponta para um crescimento real de 4,0% da produção do setor da construção, uma evolução mais intensa do que os 3,5% estimados para 2018.
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