Segundo tem sido avançado pela imprensa nacional, a Trust in News — que detém 17 títulos editoriais — pediu uma intervenção financeira para evitar a falência. “A Trust in News submeteu ao Juízo de Comércio de Sintra um Plano Especial de Revitalização (PER). Aguardamos decisão”, anunciou a administração do grupo editorial em comunicado, citado pelo Público.

"Este instrumento de gestão foi pedido após uma análise cuidadosa da nossa situação financeira, com o objectivo de garantir a sustentabilidade e estabilidade a curto e longo prazo”, lê-se na mesma nota.

Conforme é definido em Diário da República, o PER consiste num "processo judicial de caráter urgente que tem como objetivo implementar negociações entre a empresa e os seus credores de modo a que se consiga aprovar um plano de recuperação que permita promover a revitalização da empresa, com o objetivo de que esta possa continuar a desenvolver a sua atividade."

As dificuldades financeiras do grupo têm sido noticiadas nos últimos meses, tendo sido tornado público que a Trust in News se atrasou a pagar os vencimentos dos seus trabalhadores em novembro e dezembro do ano passado, assim como o subsídio de Natal.

O Expresso divulgou recentemente um email que Luís Delgado — o detentor único da Trust in News — enviou aos trabalhadores a pedir desculpa pelos vencimentos em atraso.

“Quero dizer-vos que estou totalmente focado em garantir o sucesso da reestruturação, a todos os níveis, e determinado a usar todos os instrumentos de gestão para estabilizar a situação crítica que vivemos. O ano 2024 arrancou mal, é verdade, e vocês estão a sofrer diretamente esse impacto – que é insustentável e inaceitável – mas não vamos desistir nem desertar”, lê-se.

De acordo com o Eco, que cita os dados do Portal da Transparência na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), a Trust in News "tem uma dívida ao Estado superior a 11,5 milhões de euros, e o passivo total superava os 27 milhões de euros, enquanto o volume de negócios caiu de cerca de 18 milhões de euros em 2018 para menos de 12 milhões de euros em 2022".

A empresa não conta apenas com revistas como a Visão, a Exame e Caras, contando também no seu portfólio com a Courier Internacional, a Prima, a Activa, a TV Mais e o Jornal de Letras.