“Para 66,1% das empresas que responderam ao inquérito promovido pela CCIP a maior dificuldade é a imprevisibilidade decorrente das sucessivas alterações às medidas. Por outro lado, a exigência da redução da faturação como critério de elegibilidade foi referida por 54,3% das empresas como um grande constrangimento”, adiantou a confederação, num comunicado.
Para além disso, 22,8% das inquiridas dão conta de “dificuldades no que se refere à obrigatoriedade de resultados de exploração positivos” e 13,6% na necessidade de “ter a situação regularizada face à Autoridade Tributária e Segurança Social”, segundo a mesma nota.
Por outro lado, 52,2% das inquiridas informou que “vai pedir o fracionamento do pagamento de impostos” e 48,8% indica que pretende diferir os pagamentos à Segurança Social, sendo que “40,1% considera vir a recorrer às linhas de crédito, e 38,3% indica que vai recorrer ao ‘lay-off’ simplificado”, de acordo com o comunicado da instituição.
A CCIP descobriu ainda que a “análise individual das respostas revela também que 11% das empresas inquiridas não pretende aceder, de imediato, a uma ou mais destas medidas”.
Os resultados do inquérito mostram que 73,5% das empresas questionadas estão a sentir o impacto negativo mais significativo ao nível das vendas no mercado nacional, sendo ainda apontados “problemas de tesouraria” por 43,2% das companhias questionadas como questão problemática.
“A comparação com as respostas do inquérito anterior revela que, no espaço de uma semana, o número de empresas que está a sentir um impacto ao nível das vendas no mercado nacional aumentou cerca de 5,0 pontos percentuais e ao nível da tesouraria aumentou 6,0 pontos percentuais”, indicou a CCIP.
As empresas que participaram no inquérito dizem “estar a sentir um impacto ao nível das vendas para o exterior, com 29% a apontar as vendas para a União Europeia [EU] e 27% para os países extra-UE”.
Também há dificuldades com a “redução do número de trabalhadores, motivada por problemas de saúde/quarentena”, para 22,8% dos inquiridos e no “acesso às matérias-primas” (22,8% das empresas).
Além disso, 35,2% das inquiridas referem que “não conseguem resistir mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria”, sendo que, face aos resultados obtidos no último inquérito, “este indicador revela um acentuado aumento de 12 pontos percentuais”.
Já 9,3% das companhias inquiridas “revela que já não conseguiu cumprir com as obrigações salariais e fiscais de março”, de acordo com a CCIP.
Este é já o segundo inquérito da CCIP sobre o impacto da pandemia de covid-19 no tecido empresarial. A recolha das respostas abrangeu 162 empresas, de diversos sectores de atividade, como comércio (21%), indústria (19,5%) e serviços (59,5%) e decorreu entre 28 e 31 de março de 2020.
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