A sessão de apresentação da fase II do programa Indústria 4.0 (i4.0) decorre hoje, em Guimarães, e contará com as presenças do primeiro-ministro, António Costa, que irá visitar a Feira da Indústria do Futuro, e do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
A fase II do programa i4.0 "é um passo importante. Nós vamos começar a lançar já os programas de formação-ação", no valor de 70 milhões de euros, cuja ambição "é sermos capazes de formar 200 mil pessoas em competências para atuar em ambiente digital", afirmou o governante.
Estes programas, que envolvem associações empresariais e o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, são lançados hoje.
"Vamos também lançar novos avisos nos Sistemas de Incentivos para a Qualificação e, no terceiro trimestre deste ano, avançar com novas candidaturas aos Sistemas de Incentivos à Inovação Produtiva, para apoiar também este processo" de transformação, acrescentou Pedro Siza Vieira, adiantando que a linha de Crédito Capitalizar i4.0 também foi redesenhada.
"Para dar mais benefícios e, sobretudo agora, para casar esta linha de crédito com a avaliação da capacidade de as empresas assimilarem estes novos investimentos", explicou o governante.
"Portugal tem que ficar mais digital, a nova realidade da economia da sociedade é essa e nós temos que assegurar que as nossas empresas, que estão a ter um percurso extraordinário nestes últimos anos, com um crescimento muito grande das exportações, com investimentos muito adequados à sua modernização, participam o mais possível deste processo", sublinhou o ministro Adjunto e da Economia.
"Ninguém vai deixar de ter um 'smartphone' nos próximos anos e, portanto, também as nossas empresas não devem deixar de participar neste processo", disse Pedro Siza Vieira.
O ministro costuma dar o exemplo do telemóvel, que há 10 anos apenas servia para fazer chamadas e enviar mensagens escritas e hoje em dia dá para fazer praticamente tudo, permitindo gerir a vida a partir do 'smartphone', para explicar que as mudanças são rápidas.
"O tema da indústria 4.0 é um tema decisivo para a economia portuguesa como, aliás, para todas as economias europeias. Nós estamos a passar por um processo de mudança não só da forma como as fábricas e as empresas produzem, mas sobretudo da forma como as pessoas compram", prosseguiu.
Ora, "esta mudança é muito grande, obriga a que todas as empresas sejam capazes de estar integradas digitalmente, tenham os seus processos de produção também capacitados para fazer pequenas séries, com as respostas muito afirmativas e muito flexíveis, e que sejam capazes de colaborar desta forma digital ao longo de toda a cadeia de valor: produtores comerciantes, fornecedores", apontou.
"Esta mudança é muito importante e muito rápida", salientou.
No âmbito da II fase do programa, que está assente em três eixos – generalizar, capacitar e assimilar –, serão mobilizados nos próximos dois anos investimentos públicos e privados de 600 milhões de euros para alargar a digitalização da economia e permitir às empresas a transição, de forma inclusiva e com base em emprego qualificado.
Lançada em 2017, a iniciativa Indústria 4.0 assenta em seis eixos de atuação prioritária: capacitação dos recursos humanos, cooperação tecnológica, criação da ‘startup’ I4.0, financiamento/apoio ao investimento, internacionalização e adaptação legal e normativa.
"Foram executadas 95% das 64 medidas definidas no programa i4.0, abrangendo mais de 24 mil empresas e 550 mil pessoas", segundo o Ministério da Economia.
Na nova fase pretende-se envolver nas várias iniciativas 20 mil empresas, formar mais de 200 mil trabalhadores e financiar mais de 350 projetos transformadores.
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