"O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continua a ser pautado por um aumento significativo do investimento", dizem as Finanças num comunicado divulgado hoje, acrescentando que "é necessário recuar ao terceiro trimestre de 2017 para encontrar um crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) superior aos 6,9% registados no segundo trimestre de 2019".
Numa nota onde destaca que o "investimento continua a impulsionar o crescimento do PIB no segundo trimestre de 2019", o ministério liderado por Mário Centeno reage às Contas Nacionais Trimestrais relativas ao segundo trimestre, hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirmaram que o PIB cresceu 1,8% no segundo trimestre, face ao mesmo período de 2018, e 0,5% na comparação com o trimestre anterior.
Os dados do INE apontaram o menor contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB "devido principalmente à desaceleração do investimento", que registou um crescimento homólogo de 6,1%, em volume, menos de metade do aumento de 14% registado no trimestre anterior, consequência da evolução da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) total, que “determinou em grande medida esta desaceleração, passando de um crescimento homólogo de 11,8% para 6,9% no segundo trimestre”.
O ministério das Finanças indica que os dados mais recentes do Eurostat (o gabinete de estatística da União Europeia) indicam que o investimento das sociedades não financeiras ultrapassou recentemente a média da União Europeia e da área do euro, "permanecendo de forma sustentável acima daquelas referências".
Por seu turno, o investimento público na Administração Central, cresceu 23% até julho, em termos homólogos, "com aumentos particularmente expressivos no setor dos transportes, sobretudo na CP (64%) e Infraestruturas de Portugal (44%)", dizem as Finanças.
No mesmo comunicado, o ministério tutelado por Mário Centeno refere que o crescimento homólogo de 2% das exportações de bens e serviços no segundo trimestre de 2019 "representa uma desaceleração face ao trimestre anterior, associada à continuação do agravamento da situação macroeconómica internacional, refletido numa diminuição da procura externa".
E as Finanças indicam ainda que "o agravamento do ambiente macroeconómico externo fez recuar o crescimento do PIB da área do euro e da União Europeia no segundo trimestre de 2019 para 1,1% e 1,3%, respetivamente", contexto no qual "Portugal reforça uma trajetória de convergência face à Europa que perdura já há mais de dois anos".
O ministério de Mário Centeno indica ainda que a economia portuguesa cresce pelo vigésimo primeiro trimestre consecutivo, tendo "hoje bases sólidas para enfrentar um contexto externo mais adverso".
Há três meses, em reação à divulgação das Contas Nacionais Trimestrais relativas aos três primeiros meses do ano, o Ministério das Finanças tinha comentado que o crescimento da economia no primeiro trimestre era o “mais sustentável desde 1995”, com o investimento a registar o maior aumento de que havia registo e as exportações a renovarem um recorde.
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