De acordo com a tabela “Utilização condicionada das dotações orçamentais do OE2020″, presente na Síntese da Execução Orçamental divulgada hoje pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), de um total de cativos iniciais de 572 milhões de euros, as Finanças mantêm por descativar 536,6 milhões de euros, o que significa que já foram libertados 35,4 milhões de euros do montante cativo inicialmente.

Já na reserva orçamental, outro dos instrumentos de gestão do Orçamento que as Finanças utilizam para reter verbas, de um total inicial de 453,5 milhões de euros previsto para esta rubrica, mantinham-se sob controlo das Finanças, em abril, 433,2 milhões de euros, levando para 20,3 milhões de euros o montante libertado.

No total, juntando cativos e reserva orçamental, estão por libertar 969,8 milhões de euros até ao final do ano, de um montante inicial de 1.025,5 milhões de euros previsto no Orçamento do Estado.

A reserva orçamental constitui uma cativação de um montante específico nos programas orçamentais, e estão excluídas da aplicação da reserva as entidades pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde e ao Ensino Superior.

Já uma cativação é uma retenção de parte dos montantes orçamentados para os serviços e organismos do Estado, cuja libertação dessas verbas (descativação) é normalmente sujeita à autorização ministerial.

Dos instrumentos de controlo do Orçamento por parte do Ministério das Finanças, existe ainda a dotação provisional, que corresponde a uma provisão para fazer face a despesas não previstas e inadiáveis.

As administrações públicas registaram um défice de 3.203 milhões de euros até maio, um agravamento de 2.550 milhões de euros face ao mesmo período de 2019, revelou hoje em comunicado o Ministério das Finanças.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até maio um défice de 3.203 milhões de euros, representando um agravamento de 2.550 milhões de euros face ao período homólogo pelo efeito combinado de contração da receita (-0,4%) e crescimento da despesa (7,4%)”, refere o comunicado do ministério tutelado por João Leão.

O Ministério das Finanças acentua que a execução orçamental até maio “já evidencia os efeitos da pandemia do covid-19 na economia e nos serviços públicos na sequência das medidas de política de mitigação”.

No final de abril, o défice das administrações públicas era de 1.651 milhões de euros, refletindo um agravamento de 341 milhões de euros face ao mesmo período de 2019.