A antiga ministra francesa Christine Lagarde termina hoje oficialmente o seu percurso no FMI, do qual se demitiu em julho para assumir a presidência do BCE, sucedendo a Mario Draghi em 01 de novembro.

Christine Lagarde será a primeira mulher a assumir a presidência da autoridade monetária da zona euro, depois de ter sido também a primeira mulher na liderança do Fundo.

Nos últimos meses, a futura presidente do BCE pronunciou-se várias vezes sobre Portugal.

04 de setembro de 2019

Na audição perante a comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, a futura presidente do BCE fez questão de “saudar os esforços de Portugal e do povo português” e considerou que o crescimento económico verificado é, efetivamente, um “desenvolvimento notável”.

Christine Lagarde respondia a uma pergunta sobre os efeitos da política de ajustamento e de austeridade em Portugal, indicando que, apesar de ter sido “muito duro”, o programa de ajustamento concebido pela ‘troika’ (2011-2014) pode precisamente ser a razão da retoma económica que se seguiu em Portugal e comentou que muitos colegas seus no FMI consideram o programa “um sucesso”, por isso mesmo.

Naquela audição, Lagarde aconselhou também os países a aproveitar os períodos de crescimento económico para proceder a reformas estruturais, recuperando uma citação sua: “há que arranjar o telhado enquanto faz sol”, e alertou que, no atual contexto, o sol pode não durar muito.

04 de abril de 2019

Em entrevista à RTP, Christine Lagarde afirmou que Portugal deve manter o rumo, “sem relaxar ou aproveitar os seus louros”, e indicou que o país não está “inteiramente protegido” do ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia).

“Portugal demonstrou a capacidade de se reformar, de se disciplinar, de implementar mudanças, e penso que o próximo passo é demonstrar que é capaz de o fazer a longo prazo, sem relaxar ou aproveitar os seus louros e pensar que o mais difícil está feito”, disse Christine Lagarde, em entrevista à RTP.

A então diretora-geral do FMI salientou que “Portugal tem de manter o rumo”, depois de ter mostrado ao mundo e aos mercados financeiros que era capaz de fazer reformas, de aplicar disciplina orçamental, de descer o défice e inverter o rumo da dívida pública.

Na mesma ocasião, Lagarde referiu também que “Portugal não está inteiramente protegido [do ‘Brexit’] porque há muito comércio entre Portugal e o Reino Unido e tem uma grande atividade de serviços, que é o turismo, amplamente aberto ao Reino Unido”.

02 de março de 2019

A futura presidente do BCE afirmou, em entrevista ao Expresso, que espera que os políticos portugueses não cedam às “tentações normais” de “todas as eleições” e recomendou um reforço da arquitetura da zona euro.

“Espero que não cedam às tentações normais que vemos em todas as eleições”, afirmou Christine Lagarde, em entrevista ao jornal, quando questionada sobre se será uma tentação para o Governo abrandar o esforço de consolidação orçamental, numa altura em que o défice está no nível mais baixo em mais de 40 anos e se aproximam as eleições de outubro.

“Para os políticos é sempre tentador fazer isso. Espero que tenham a sabedoria para olhar para os riscos que vêm de fora”, referiu a então diretora-geral do FMI.

01 de março de 2019

Enquanto diretora-geral do FMI, Christine Lagarde foi a convidada especial da reunião do Conselho de Estado de 01 de março, destinada a debater as repercussões mundiais do ‘Brexit’, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa.

Nessa altura, Lagarde elogiou os “enormes progressos” de Portugal, mas frisou que é preciso intensificar esforços para que o país esteja preparado para o futuro, antecipando que a perda de confiança no mercado após um ‘Brexit’ desordenado pode prejudicar o crescimento económico.

“Portugal deve intensificar os seus esforços para estar preparado para o futuro”, afirmou Christine Lagarde, destacando o “progresso impressionante no corte do défice orçamental e na redução dos custos de financiamento”, e agradeceu o pagamento da dívida ao FMI cinco anos antes do prazo.

30 de novembro de 2018

A equipa do FMI, que estava em Lisboa, no âmbito da sétima avaliação pós-programa, considerou que o país sairia com êxito da vigilância pós-programa de ajuda externa assim que saldasse a sua dívida à instituição, o que o Governo disse que faria na totalidade até ao final do ano, e que concretizou em 10 de dezembro.

Segundo a equipa da instituição, a antecipação dos reembolsos ao FMI refletia as condições favoráveis de acesso aos mercados de Portugal e enviavam um “sinal positivo aos investidores e aos mercados”.

24 de janeiro de 2018

Lagarde considerou “impressionante” a recuperação da economia portuguesa ao longo dos últimos anos, destacando a capacidade de pagamento do empréstimo internacional contraído em 2011.

"Congratulo-me que Portugal, graças à melhoria da sua situação económica, tenha hoje antecipado o último reembolso do empréstimo contraído com sobretaxa de juro. Há uma determinação coletiva do povo português, que é muito impressionante", afirmou na altura Lagarde, no final de um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, e com o presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças, Mário Centeno, durante o Fórum Económico Mundial, que decorreu em Davos, na Suíça.

"Portugal é um excelente exemplo de um país que se comprometeu a transformar a sua economia e agora está a colher os benefícios sob a forma de um crescimento renovado, queda do desemprego, acesso sustentado ao mercado", indicava depois uma nota da diretora-geral do FMI sobre a reunião com os governantes portugueses.

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