De acordo com a proposta orçamental, entregue hoje na Assembleia da República e a que a agência Lusa teve acesso, o executivo liderado por António Costa está agora mais pessimista do que estava em abril, quando enviou à Comissão Europeia o Programa de Estabilidade.

Na altura, o Governo estimava um crescimento económico de 1,8% e um défice orçamental de 2,2% para o conjunto de 2016, os mesmos valores inscritos no Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), conhecido em fevereiro.

No entanto, nas negociações com a Comissão Europeia para a não aplicação das sanções em julho, o Governo admitia um “cenário alternativo”, que previa um abrandamento do crescimento económico para 1,4% este ano e, nessa situação, um défice de 2,3% este ano.

Ainda assim, os números conhecidos hoje acabam por ser superiores aos admitidos pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na altura.

No entanto, o executivo revê em alta a estimativa de dívida pública para o conjunto do ano, de 124,8% do PIB previstos no Programa de Estabilidade, para 129,7% do PIB.

O Governo mantém a previsão de um défice estrutural de 1,7% em 2016, previsto no Programa de Estabilidade, mas revê ligeiramente em baixa, de 11,4% para 11,2%, a taxa de desemprego prevista para este ano, e a taxa de inflação, de 1,2% para 0,8%.