Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas à margem da apresentação do programa de Disponibilização de Património do Estado para Arrendamento Acessível, em Lisboa.
No sábado, o 1.º Congresso Nacional dos Motoristas, que decorreu em Santarém, com cerca de três centenas de motoristas, aprovou, por unanimidade, entregar no dia 15 um pré-aviso de greve a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, até entrar em vigor o novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o setor, que prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos
Questionado sobre o assunto, o ministro das Infraestruturas começou por dizer que "o trabalho entre as partes tem decorrido com toda a normalidade", incluindo propostas e contrapropostas.
Por isso, "foi com surpresa que fomos apanhados por mais esta ameaça de pré-aviso de greve. Eu quero apenas nesta fase apelar ao bom senso, ao regresso às negociações, ao abandono do pré-aviso de greve", afirmou o governante.
"Não podemos estar sistematicamente num processo negocial com ameaças de greve, não é assim que se negoceia, não deve ser assim que se negoceia", considerou Pedro Nuno Santos.
"Tem havido abertura de todas as partes para que se continue a trabalhar, por isso a única coisa que neste momento posso fazer é apelar a que os trabalhadores do setor dos motoristas possam voltar à mesa de negociações", apontou.
O ministro explicou que foi apanhado de surpresa porque "não há dados verdadeiramente novos que justifiquem um pré-aviso de greve", reiterou.
Questionado sobre se o Governo está preparado para uma eventual greve em agosto, o governante garantiu que sim.
"Em primeiro lugar, espero que não haja greve, em segundo lugar o Governo português tomará todas as medidas para defender o povo português, para defender o país, para defender a economia, (...) estamos obviamente preparados", afirmou.
"Agora eu espero sinceramente que isso não aconteça porque os trabalhadores do setor estão na iminência de ter um acordo muito importante, com um aumento do ponto de vista salarial muito relevante, muito acima daquilo que é a média dos trabalhadores em Portugal e, por isso, eu espero que não se perca esta oportunidade", rematou.
Os sindicatos dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas enviaram,e ntretanto, uma carta aberta à ANTRAM - Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias. “Não desejamos a greve por variadíssimas razões, a principal é a perfeita consciência do impacto e do transtorno que vai causar aos portugueses e à economia do país. Desde já pedimos perdão aos portugueses por eventuais transtornos no seu quotidiano, não temos dúvidas que compreenderão a nossa luta”, afirmam na carta, a que a Lusa teve acesso na segunda-feira.
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