No balanço que fez do ano de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa destacou os indicadores positivos da economia e das finanças públicas, "como se de um sonho impossível se tratasse".

"Finanças públicas a estabilizar, banca a consolidar, economia e emprego a crescer, juros e depois dívida pública a reduzir, Europa a declarar o fim do défice excessivo e a confiar ao nosso ministro das Finanças [Mário Centeno] liderança no Eurogrupo, mercados a atestarem os nossos merecimentos", descreveu.

Aquele contexto, defendeu, "coloca fasquias mais altas no combate à pobreza, às desigualdades, ao acesso e funcionamento dos sistemas sociais e aconselhando prudência no futuro".

Porém, permitiu "a Portugal apresentar como exemplo a determinação dos portugueses", destacou, sublinhando que "ninguém imaginaria, há menos de dois anos, poder partilhar tão rápida e convincente mudança".

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a mudança foi "sem dúvida iniciada no ciclo político anterior, mas confirmada e acentuada neste", lembrando que a solução política atual "tão grandes apreensões e desconfianças havia suscitado, cá dentro e lá fora".

Ainda relativamente ao "crescendo de alegrias" que assinalaria boa parte do ano, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o "triunfo europeu" da música portuguesa, referindo-se à vitória de Salvador Sobral no festival europeu da canção, os elevados "galardões no turismo" e os "êxitos na ciência e no desporto".

Ano "estranho e contraditório" em Portugal e também na Europa, classificou, com "tão claro crescimento e desejo de recuperação do tempo perdido" e, ao mesmo tempo, "tão lenta capacidade de resposta e de reencontro com os europeus".

O chefe do Estado considerou ainda que o ano de 2017 foi "estranho e contraditório" no mundo, em que, a par de "tão veementes proclamações de paz e abertura económica" existem "tão preocupantes ameaças de tensão e protecionismo, pondo à prova a paciência e a sensatez de muitos, e, em particular, do secretário-geral da ONU, António Guterres".

A mensagem de Ano Novo do Presidente da República foi este ano transmitida em direto, a partir de casa de Marcelo Rebelo de Sousa, em Cascais, onde o chefe de Estado se encontra a recuperar de uma intervenção cirúrgica, realizada quinta-feira.