“Acusam-nos de querermos a privatização da Caixa, mas lembro que tivemos quatro anos e meio no governo e não tomámos uma única iniciativa para o fazer. Dizerem que queremos quando tivemos oportunidade e não o fizemos parece um bocadinho abusivo”, afirmou.
A antiga ministra das Finanças, acompanhada pelo deputado do PSD eleito por Évora, António Costa da Silva, falava à agência Lusa durante uma visita à Feira das Flores e Sabores, que termina hoje na Aldeia da Luz, no concelho de Mourão, distrito de Évora.
Questionada pela Lusa sobre as suas declarações ao Dinheiro Vivo e TSF, em que afirmou que não ficaria chocada se a CGD fosse privatizada, Maria Luís Albuquerque manteve o que disse, mas notou que “uma coisa é uma posição pessoal, outra coisa é o que tem sido a atuação do PSD”.
“Não tenho objeções e não entendo que seja necessário e indispensável, numa circunstância normal, ter um banco público, mas é uma posição pessoal”, realçou, assinalando, contudo, que, no atual contexto, “não faz sentido estar a falar-se na privatização da Caixa Geral de Depósitos”.
A ex-governante defendeu essa posição por entender que, na atual situação do país, “ainda é preciso um processo de consolidação e de reforço razoavelmente longo no tempo do sistema bancário”.
Maria Luís Albuquerque escusou-se ainda a comentar a resposta dada pelo Presidente da República, depois de ter dito, na mesma entrevista ao Dinheiro Vivo e TSF, que o chefe de Estado não é uma entidade independente e técnica.
Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse estar “acima das guerras” entre partidos, entre oposição e Governo e entre confederações, reforçando que sempre que alguém o utilizou como arma de arremesso “saiu-se mal”.
Durante a visita à feira, a antiga ministra passou pelos cerca de 20 expositores do certame e no espaço da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) Almoreg aproveitou para medir a tensão e fazer um teste de glicemia.
No final, a dirigente social-democrata disse que lhe transmitiram “preocupações e questões que não estão resolvidas”, como “terras que não estão regularizadas, imposto municipal sobre imóveis que está a ser pago por terras que estão submersas e terras que não estão registadas em nome dos proprietários”.
“Além da questão económica, que é importante, há a sensação de um dupla perda, de perderem aquilo que era antigo e de não verem os direitos reconhecidos naquilo que seria supostamente para os compensar”, observou.
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