Organizada pela Plataforma “Sim a Almaraz, Sim ao Futuro”, a manifestação teve início na Praça da Câmara Municipal de Almaraz, onde estiveram presentes milhares de pessoas, entre as quais a presidente da Junta da Extremadura, María Guardiola, presidentes das câmaras municipais da zona de influência da central, bem como dirigentes partidários do PSOE e do Vox, nomeadamente.

Os manifestantes desfilaram depois até ao portão de acesso à central nuclear, onde foi lido um manifesto da organização em defesa da continuidade da central, cujo reator I deverá encerrar em 2027 e o II em 2028, um processo que “será irreversível se não for revertido antes do primeiro trimestre de 2025”.

O fecho da central, acrescenta a plataforma, “teria um impacto devastador na população local, acelerando o despovoamento e afetando as empresas que dependem da sua atividade”, uma vez que a central gera cerca de “3.000 empregos diretos e 1.200 empregos adicionais durante cada reabastecimento”.

A central de Almaraz está situada junto ao rio Tejo numa zona que faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.

Em operação desde 1981 (operação comercial desde 1983), a central está implantada numa zona de risco sísmico e apenas a 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa.

O governo espanhol renovou a licença de exploração para os Grupos I e II da central de Almaraz, em julho de 2020, prorrogando-a até 01 de novembro de 2027, e 31 de outubro de 2028, respetivamente.

Em junho, a empresa pública espanhola Enresa, responsável pela gestão dos resíduos radioativos, anunciou o início do processo de concurso para serviços de engenharia destinados ao desmantelamento da central nuclear de Almaraz, situada na província de Cáceres.

Os proprietários da central de Almaraz são a Iberdrola (53%), a Endesa (36%) e a Naturgy (11%).