"Eu nunca deixei de tornar claro ao mercado quando entrei neste banco há pouco mais de um ano, com o objetivo claro de o vender, que naturalmente estava cá para ficar. Essa intenção mantenho e quero que seja vista como um ato unilateral da minha parte", afirmou António Ramalho à Lusa, considerando que liderar a instituição tem sido um projeto "entusiasmante".

Ainda assim, o banqueiro disse que essa decisão "será tomada no devido tempo" pelo novo acionista do banco.

O Novo Banco deverá ser vendido ao fundo Lone Star, depois do contrato de promessa de compra e venda assinado em 31 de março, pelo qual o Fundo de Resolução (único acionista do Novo Banco) prevê vender 75% do Novo Banco ao Lone Star.

Pelo acordo, o Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões entrarão quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.

Contudo, o Fundo de Resolução mantém responsabilidades, uma vez que, durante oito anos, pode ser chamado a investir até 3,89 mil milhões de euros no Novo Banco para o recapitalizar.

A concretização do negócio da venda do Novo Banco está mais perto de ser concretizada, depois de hoje ter sido anunciado que foi concluída sucesso a operação de recompra de dívida própria do Novo Banco, poupando 500 milhões de euros.

Também o Banco Central Europeu (BCE) já deu várias autorizações, entre elas de que o Lone Star pode comprar o Novo Banco.

Das autorizações mais importantes, falta agora a 'luz verde' da Comissão Europeia ao plano de reestruturação do Novo Banco.

António Ramalho tomou posse como presidente do Novo Banco em agosto de 2016, sucedendo a Eduardo Stock da Cunha.