Segundo a informação, na colocação dos 400 milhões de euros, 258,8 milhões de euros (ou seja, mais de 60%) foram de “novas obrigações ‘tier 2′ resultantes da troca de obrigações seniores existentes”.
Já em novos investidores foram colocados 141,2 milhões de euros, referindo que neste caso houve o dobro da procura face à oferta.
O Novo Banco destaca que esta é a “primeira emissão de dívida […] desde a sua criação”, que “representa o regresso do banco ao mercado” e “liberta o Fundo de Resolução do compromisso de tomada firme”.
A operação foi concluída à taxa anual mínima previamente definida de 8,5%, mas diz o Novo Banco que “como houve uma larga adesão na troca de obrigações cupão zero de longo prazo (mais de 80%), o custo marginal para o banco será cerca de um quarto daquele valor”.
A emissão, que incluía troca de obrigações sénior, tem maturidade de dez anos e opção de reembolso ao final do quinto ano.
Esta operação serve para reforçar o capital do Novo Banco e foi acordada aquando da sua venda ao fundo de investimento Lone Star, em outubro de 2017.
Segundo o acordo com a Comissão Europeia, caso não conseguisse ser colocada junto de investidores privados, o Fundo de Resolução (entidade que consolida nas contas públicas) teria de ficar com os títulos que o mercado não subscrevesse, o que acabou por não ser necessário.
Na semana passada, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) emitiu 500 milhões de euros em dívida ‘tier2′ a uma taxa de 5,75%, a última etapa do reforço do capital do banco público, acordado entre o Estado português e a Comissão Europeia em 2017 e que ascende a cerca de 5.000 milhões de euros.
Os fundos de investimento Attestor Capital, BlackRock, CQS e Pimco anunciaram hoje não ter participado na emissão de dívida subordinada do Novo Banco dados os “riscos do setor bancário português” e a “discriminação” contra obrigacionistas daquele banco.
O Novo Banco foi criado em agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), detido pelo Fundo de Resolução Bancário (entidade na esfera do Estado financiada pelas contribuições dos bancos).
Em outubro de 2017, foi vendido ao fundo de investimento norte-americano Lone Star em 75%, ficando o Fundo de Resolução com os restantes 25%.
A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, o que já aconteceu.
Em 2017, o banco teve prejuízos recorde de 1.395,4 milhões de euros, num ano em que constituiu mais de 2.000 milhões de euros de imparidades (provisões para perdas potenciais).
Na sequência deste nível elevado de perdas, o Novo Banco ativou o mecanismo de capital contingente (negociado com o Estado português aquando da venda), pedindo que o Fundo de Resolução o recapitalizasse, o que aconteceu em finais de maio num montante de 792 milhões de euros.
Para isso, uma vez que o Fundo de Resolução não tinha todo o dinheiro necessário, o Tesouro público emprestou 430 milhões de euros.
No primeiro trimestre deste ano, o Novo Banco teve lucros de 60,9 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com o prejuízo de 130,9 milhões de euros dos primeiros três meses de 2017.
Comentários