Na abertura das jornadas parlamentares do PSD, que decorrem até terça-feira em Braga, o líder parlamentar, Hugo Soares, lamentou que, antes das eleições autárquicas, todas as medidas que iam sendo conhecidas sobre o Orçamento do Estado do próximo ano fossem "um mar de rosas".

"Depois das eleições, veio o que nos quiseram esconder: um aumento dos impostos generalizado, invenção novos impostos, e até um aumento brutal dos impostos aos trabalhadores independentes, os chamados recibos verdes, num ataque sem precedentes à classe média, empreendedores", criticou.

Hugo Soares deixou, a esse propósito, um compromisso em nome da sua bancada: "O grupo parlamentar do PSD apresentará uma proposta com vista a que tudo fique como estava e que este ataque à classe média não tenha o efeito que o Governo, o PCP e o BE querem, que é aumentar exponencialmente a carga fiscal sobre trabalhadores independentes em Portugal".

Dizendo estar consciente que os votos do PSD não são suficientes para aprovar a proposta, o líder parlamentar do PSD disse esperar que PCP e BE não tenham "qualquer tipo de rebuço" em aprová-la.

"É bom que o deputado Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, que se entretêm ao fim de semana a fingir que fazem oposição ao Governo, sejam consequentes", desafiou.

Hugo Soares classificou a atual proposta orçamental como “uma construção de lego” feita por PS, PCP e BE.

“Cada um foi colocando a sua peça à medida dos seus nichos eleitorais. Como qualquer construção de lego feita aleatoriamente, o resultado não podia ser feliz”, apontou, classificando o orçamento como “incoerente, sem estratégia e sem futuro”.

Para Hugo Soares, esta proposta de orçamento “não serve as portuguesas e portugueses, serve apenas para manter o doutor António Costa no poder”.

A primeira palavra de Hugo Soares na sua intervenção foi para o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que não se irá recandidatar ao cargo que ocupa desde 2010 e assiste aos trabalhos das jornadas em Braga.

“O gosto que tem sido trabalhar consigo, foi no país o grande responsável por devolver a confiança a todos os portugueses e a credibilidade à política em Portugal”, elogiou.

Também o líder da distrital de Braga do PSD, José Manuel Fernandes, saudou o atual líder do partido e lamentou que não tenha podido governar em temos de “maior facilidade” económica.

“Já disse que não vai andar a rondar por aí mas Portugal, sei também, que não o pode dispensar e há de voltar a chamar por si, Portugal e o PSD também precisam de si”, vaticinou.