"Relativamente às questões não apenas da carreira, mas que têm a ver com aposentação, com o combate à precariedade, ou com os horários de trabalho, tudo o que está na origem de um grande desgaste dos professores, é zero", disse à agência Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no final de uma conferência de imprensa, em Lisboa, dedicada aos problemas da educação inclusiva.
Em alusão à conferência de imprensa do ministro das Finanças, Mário Centeno, realizada hoje de manhã para apresentar o orçamento, Mário Nogueira frisou que foram demonstradas preocupações com a recuperação das carreiras da administração pública, em geral, mas que aos professores se "apagam seis anos e meio" de serviço, sendo que este é o motivo que mais tem oposto os sindicatos ao executivo.
"Há preocupações com o rejuvenescimento da administração pública, prevendo-se a integração de quadros com formação superior, mas para os professores, que são o segundo corpo mais velho da União Europeia, nem sequer há uma referência de que possa haver uma saída antecipada", afirmou o dirigente sindical.
Para a Fenprof, esta proposta de orçamento "não serve a educação" e merece "nota negativa dos professores".
Mário Nogueira contestou também a forma como os números são apresentados, acusando o Ministério de Educação de fazer "batota" com a comparação dos valores apresentados.
"Dizer que a despesa efetiva total tem um aumento de 3,1%, mas é entre o orçamentado do ano passado e o orçamentado deste ano, porque se formos ver o executado de 2018 - o que foi preciso em 2018 relativamente ao que se orçamenta para 2019 - a diferença é de 0,3%", indicou.
A Fenprof considera tratar-se de "um orçamento de estagnação", sublinhando que é o último orçamento da legislatura.
"O investimento na educação por este governo foi praticamente zero, ou seja, os valores com que chega ao fim a legislatura são praticamente os mesmo com que ela se iniciou", declarou.
Os sindicatos vão iniciar uma greve a várias atividades no dia 29 de outubro e no dia 02 de novembro, quando o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, estiver na Assembleia da República, a debater o orçamento para o setor, os professores vão estar em São Bento para realizar um plenário nacional, avançou o líder da Fenprof.
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