Esta posição foi transmitida aos jornalistas pela deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) Heloísa Apolónia, no final de uma reunião com o ministro das Finanças, Mário Centeno, na Assembleia da República, sobre as linhas gerais da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2019.
"Preocupa-nos o facto de este Governo continuar obcecado com o défice. Isso representa, de facto, nas negociações com 'Os Verdes', um travão grande àquelas que são medidas por nós apresentadas e que nós consideramos que são fundamentais para o desenvolvimento do país", afirmou Heloísa Apolónia.
A deputada adiantou que a meta do Governo para o défice em 2019 é de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e reiterou: "Nós consideramos que há uma obsessão muito grande com os números concretos do défice, porque mais um ponto, menos um ponto, mais dois pontos, não é por aí que o país se afunda".
"'Os Verdes' não são a favor do descontrolo das contas públicas, mas não temos de estar completamente obcecados com estes números concretos do défice, porque o país precisa estruturalmente de investimento, e esse investimento não pode esperar", argumentou, sustentando que "com essa dinâmica do país e com essa capacidade de riqueza do país também se controlam as contas públicas".
Remetendo o sentido de voto do PEV para depois de analisada a proposta concreta de Orçamento do Estado para 2019, que o Governo deverá apresentar formalmente no dia 15, Heloísa Apolónia elencou como reivindicações do seu partido aumentos salariais para "todos os funcionários públicos" e também "um aumento substancial na área da cultura", bem como "mais investimento na ferrovia" e "mais investimento na conservação da natureza" e "médico de família para todos".
Relativamente às pensões, a deputada do PEV confirmou que "a perspetiva é de que o aumento das pensões seja feito para todos e que em cerca de 85% seja feito acima da inflação", conforme tem sido referido por membros do Governo.
Quanto a um aumento extraordinário das pensões, disse essa é uma matéria que "Os Verdes" estão "a negociar com o Governo", mas da qual não se falou na reunião de hoje, e que deverá passar para "sede de especialidade".
Comentários