"Há aqui muito caminho ainda para andar. Mário Centeno [ministro das Finanças] assumiu hoje de manhã aquela que é a posição do PS ao omitir das suas prioridades a matéria ambiental. Este orçamento vem confirmar isso e é para isso que o PAN aqui está. Para empurrar o Governo na direção certa", disse, após audiência no Palácio de Belém, em Lisboa, com o Presidente da República acerca do OE2020, cuja proposta governamental foi entregue na segunda-feira no parlamento.

Para André Silva, "há um conjunto de matérias, em várias áreas, fundamentais", em que o Governo devia acompanhar o seu partido, e "todo um caminho para fazer ainda em sede de [discussão na] especialidade para que o orçamento seja bem mais ambicioso e menos conservador do que é".

"Nós apresentámos cerca de cinco dezenas de medidas ao Governo. Houve uma convergência muito baixa, muito tímida. Iremos continuar a fazer esse trabalho durante o período de especialidade. Há pouca vontade do PS em convergir com o PAN. A demonstração de convergência está um bocadinho longe, insuficiente, daquilo que entendemos que são respostas essenciais a dar ao país em algumas áreas", lamentou.

Na ótica do deputado do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, a proposta do executivo minoritário socialista é "um orçamento de continuidade, pouco ambicioso, que não traz reformas em nenhum setor importante”.

Acresce que o documento é “bastante preocupado com as questões da consolidação orçamental, muito mais do que [em] aproveitar aquilo que são as perspetivas de crescimento económico e excedente orçamental para fazer investimentos e reforços nos direitos dos trabalhadores, forças de segurança, quem trabalha por turnos, quem trabalha na área da saúde ou para fazer investimentos no combate às alterações climáticas e descarbonização da economia".

André Silva foi acompanhado por Bebiana Cunha, membro da Comissão Política do PAN.