Rui Rio, que falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no final de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou o facto de o Governo prever um excedente orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

"Não é por aí que vem a nossa condenação ao Orçamento. Essa virá de outros lados, do BE, do PCP. A nossa condenação ao Orçamento, quando vier, não vem por aí de certeza absoluta", declarou o social-democrata.

Questionado, logo de seguida, se estava a assumir que irá rejeitar a proposta do Governo, respondeu: "Não, não. Sei o que estava exatamente a dizer. É o mais previsível, mas quero estudar".

"Se o documento não for devidamente estudado, a argumentação, pró ou contra, não tem a sustentabilidade e a credibilidade que eu entendo que deve ter", justificou o presidente do PSD, salientando que a proposta tem "mais de uma centena de artigos, uma grande complexidade técnica".

Segundo Rui Rio, o PSD não pode decidir o seu sentido de voto em função da negociação de medidas pontuais, por representar uma alternativa ao Governo tem o dever de "olhar para o Orçamento como um todo" e verificar "em que medida pode ou não cumprir as grandes linhas de política orçamental" que defende.

Carga fiscal, poupança interna, investimento público, despesa pública e transparência serão fatores aos quais o PSD irá dar destaque nessa análise.

"É evidente que este Orçamento do Estado, penso eu, corresponde àquilo que era o programa do PS e não o programa do PSD. Ainda assim, devemos ter o devido cuidado na análise de um documento que, repito, provavelmente, não estará de acordo com o nosso programa e estará de acordo com o programa do PS", considerou.