Durante o VI Encontro Fora da Caixa "PME'S: Diferenciação Rumo à Competitividade", Paulo Macedo afirmou que "áreas como o crédito à habitação, o crédito especializado, o ‘factoring’ [operação financeira levada a cabo por bancos ou sociedades de 'factoring', que permite às empresas com problemas de liquidez adiantar os recebimentos dos seus clientes, ao género de uma linha de financiamento] e o ‘leasing’ [locação financeira] estão a crescer".
Admitindo que, em termos globais, os bancos não estão a conceder mais créditos, Paulo Macedo precisou que existia uma "concentração de crédito em alguns setores, designadamente na construção".
"Agora, temos muito menos crédito no setor da construção, porque há menos construção de facto no país, e temos uma concessão de crédito maior, por exemplo, ao agronegócio, na área do turismo e um crescimento positivo na área da indústria", acrescentou.
Para o presidente executivo da CGD, estes são "setores que têm mostrado dinamismo e projetos sustentáveis" e que "têm sido a base das exportações que têm transformado a composição da riqueza do país".
Paulo Macedo disse que "os particulares, as empresas e o Estado começaram a corrigir” o “excesso de endividamento nacional", verificando-se um "ajustamento", o que levou a "um maior equilíbrio entre aquilo que deve ser o endividamento".
"Uma das mensagens fortes que temos vindo a passar é que a Caixa tem condições claras e concretas, em termos de liquidez e de rácios de capital, para emprestar às famílias e às empresas que tenham projetos e condições de equilíbrio e boa gestão", garantiu.
Paulo Macedo lembrou que o "crédito está a níveis historicamente baixos", explicando que há ‘spreads’ (margem de lucro do banco) com valores elevados, devido ao risco dos clientes.
"A taxa de juro média das empresas baixou cerca de quatro pontos percentuais, o que quer dizer há muitos menores custos de encargos financeiros nas empresas para o mesmo tipo de financiamento. O que a banca tem de aprender com a crise é a diferenciar o risco. Há empresários e projetos que devem ser financiados com ‘spread’ mais altos porque têm um risco mais elevado", frisou.
O presidente da Nerlei - Associação Empresarial de Leiria, Jorge Santos, afirmou, por sua vez, que o problema que as empresas enfrentam tem a ver com os "critérios que os bancos têm para atribuir crédito".
Jorge Santos alertou ainda para os custos elevados com a energia, que retiram competitividade às empresas, nomeadamente na área da cerâmica e do vidro, e apelou para a celeridade da Justiça.
"Não temos o país alinhado para as empresas. Só crescemos e nos desenvolvemos se tivermos um tecido empresarial sólido e forte", disse.
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