As pedras impediram totalmente a circulação automóvel, tendo no topo uma bandeira espanhola. À volta, os manifestantes rasgavam cadernetas do banco.

O monte de granito foi colocado às 09:00 e permanecia no local pelas 11:30, embora a manifestação terminasse cerca das 11:00.

No âmbito do plano de reestruturação da CGD, o balcão de Pedras Salgadas, que deveria encerrar hoje, fechou na quinta-feira, tendo os clientes de se deslocar seis quilómetros até à sede do concelho, em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

Com este fecho, os clientes ficam ainda sem a única caixa de multibanco.

A manifestação teve como palavras de ordem “Lisboa roubou Pedras Salgadas”, “Se a Caixa sair das Pedras, as Pedras e arredores também sairão da Caixa”, “Isto é uma vergonha” ou “Levem tudo”.

Exaltados com esta perda de serviços, os populares, na sua grande maioria idosos, reclamavam a falta de atenção do Governo de António Costa para com o Interior, sublinhando que as políticas para o interior não “passam do papel”.

“Senhor primeiro-ministro, não nos atire areia para os olhos, a culpa é sua” lia-se num cartaz colocado num poste de eletricidade, enquanto Isaura Magalhães, de 82 anos, contava à Lusa que a revolta era “muito grande”.

Falando numa reforma de 200 euros, a manifestante questiona como é que vai pagar as deslocações até Vila Pouca de Aguiar.

Henrique Alves, que lamentava esta situação, disse que o Governo “tira tudo” a Pedras Salgadas, desde os CTT, GNR e CGD.

“Não pudemos aceitar uma coisa destas, não podemos”, frisava.

Já Fernando Teixeira, que envergava uma bandeira do país vizinho, explicava que, com estas políticas, “mais vale” ser espanhol porque lá “vive-se melhor”.

“Isto é um escândalo. Não tem respeito nenhum pelo Interior, mas nós também somos portugueses e pagamos impostos”, sustentou.

Indignado, o presidente da Junta de Freguesia de Bornes de Aguiar, Rogério Martins, garantiu que a luta ainda não terminou, dado o município ter avançado com uma providência cautelar.

“Acreditamos que seja feita justiça pelos tribunais, não pelos governantes”, salientou.

Lembrando a importância de Pedras Salgadas como motor económico da região, dado ser uma vila termal, Rogério Martins vincou que o interior está a ficar um território diminuído, não se revendo “neste Portugal”.

Alinhando na contestação, o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, o social-democrata Alberto Machado, sustentou que pediu à administração da Caixa “o prolongamento do prazo, pelo menos, até 31 de agosto”, mas que a proposta foi “claramente, recusada e posta de lado”.

“Não há qualquer racionalidade no encerramento de uma agência que dá lucro no interior norte do país. Queremos saber, ninguém nos conseguiu explicar, o que é que a Caixa vai ganhar”, ressalvou.

(Notícia atualizada às 12h37)

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