“No segundo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) na OCDE aumentou 0,3% em relação ao trimestre anterior, […] igualando o crescimento no trimestre anterior”, informou hoje a organização em comunicado.
Nos países do G7, o PIB “aumentou ligeiramente”, 0,2%, no primeiro trimestre face ao trimestre anterior, o que compara com a estagnação registada nos primeiros três meses do ano.
Segundo salienta a OCDE, “a partir do segundo trimestre de 2022, todos os países do G7 registaram níveis de PIB iguais ou superiores ao período pré-pandemia”.
De acordo com a organização — que agrupa as economias mais avançadas do mundo — o cenário de crescimento global de 0,3% reflete situações diversas: “Por um lado, o crescimento do PIB foi negativo nos Estados Unidos e no Reino Unido (ambos com -0,1%), enquanto na Alemanha o PIB desacelerou acentuadamente (para 0,1%, face a 0,8% no trimestre anterior)”.
“Por outro lado — acrescenta – o crescimento foi positivo no Japão e na França (0,5%) e acelerou na Itália (1,0%) e no Canadá (1,1%)”.
Numa altura em que cinco países do G7 já publicaram estimativas preliminares detalhadas do PIB, permitindo uma análise dos fatores que pesaram no crescimento do PIB no segundo trimestre, a OCDE avança que “as exportações líquidas (exportações menos importações) foram o principal impulsionador do crescimento do PIB em França”.
Segundo a organização, as exportações líquidas também tiveram um contributo positivo no Reino Unido e nos Estados Unidos, que, contudo, foi penalizado por reduções no investimento em ‘stocks’ (‘destocking’) em ambos os países e por contrações no investimento no Estados Unidos e no consumo do setor público no Reino Unido.
Pelo contrário, as exportações líquidas contribuíram negativamente para o crescimento do PIB na Alemanha, enquanto o consumo privado e do setor público tiveram um impacto positivo.
No Japão, a redução de ‘stocks’ contribuiu negativamente para o crescimento do PIB, mas este facto foi “mais do que compensado pelo aumento do consumo privado”.
Entre os outros países da OCDE para os quais há dados disponíveis para o segundo trimestre de 2022, o quadro também foi misto.
Nos países mais próximos da guerra na Ucrânia, a Polónia passou de um crescimento do PIB de 2,5% no primeiro trimestre de 2022 para uma contração de 2,3% no trimestre seguinte, tendo também a Letónia e a Lituânia passado de um crescimento económico positivo para uma contração (-1,4% e -0,4%, respetivamente), enquanto o crescimento na Hungria desacelerou de 2,1% para 1,1%.
Ainda assim, o crescimento do PIB aumentou em vários países europeus no segundo trimestre, incluindo a Holanda, que registou um aumento de 2,6%, a Suécia (1,4%), a Espanha (1,1%), a Noruega e a Dinamarca (ambas 0,7%) e a Finlândia (0,6%).
Entre outros países da OCDE mais distantes do conflito na Ucrânia, Israel registou o maior crescimento do PIB (1,7%), seguido pelo México (1,0%).
De abril a junho, a Itália e o Japão superaram, pela primeira vez, os níveis de PIB pré-pandemia (quarto trimestre de 2019), em 1,0% e 0,2%, respetivamente, enquanto a Alemanha atingiu, também pela primeira vez, os níveis pré-pandémicos.
Comentários