A pandemia de covid-19 “foi um enorme, enorme, choque para o país, mas vamos recuperar muito bem”, disse Johnson numa entrevista ao tabloide Mail on Sunday.
“Se a covid fosse um relâmpago, o que estamos prestes a ver é uma trovoada de consequências económicas. Vamos estar preparados”, assegurou.
O Reino Unido “não voltará, em absoluto, à austeridade de há dez anos”, sob o governo do também conservador David Cameron, afirmou.
Segundo o Mail, Boris Johnson vai anunciar os pormenores do plano de relançamento na terça-feira, no que descreve como “um momento muito importante”.
O confinamento imposto no Reino Unido no mês de abril devido à pandemia de covid-19 provocou uma queda de 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, um recorde histórico que se somou a uma queda do PIB de 5,8% em março.
A taxa de desemprego pode atingir níveis nunca vistos desde os anos 1980, ultrapassando os 3,3 milhões registados em 1984, escreve hoje o jornal The Observer, citando um documento da Câmara dos Comuns.
Entrevistada também hoje pela Sky News, a ministra do Interior, Priti Patel, disse que o Governo está determinado a “pôr o Reino Unido novamente em andamento”.
“Estamos a elaborar um plano para a retoma, um roteiro que se concentra nas infraestruturas”, disse a ministra, citando investimentos em “estradas” e “internet de banda larga”.
Na entrevista ao Mail, Boris Johnson disse que vai anunciar a criação de uma ‘task force’ para reduzir os prazos de construção de “infraestruturas de alta qualidade”.
Os projetos em consideração incluem a construção de 40 novos hospitais, um plano de reabilitação das escolas e a construção de novas prisões para albergar 10.000 detidos, depois de o Ministério da Justiça ter anunciado, também hoje, a construção de quatro novas prisões para reduzir a criminalidade e apoiar as economias locais e o setor da construção, assegurando ao mesmo tempo a criação de milhares de empregos.
“Vamos precisar de um plano muito empenhado e dinâmico, não apenas para infraestruturas, não apenas para investimento, mas para garantir que os jovens têm a confiança de que precisam de que vamos ajudá-los a encontrar emprego, aumentarem as suas competências, para continuarem a aprender ao mesmo tempo que trabalham para ter um emprego altamente especializado e bem remunerado que lhes assegure uma boa posição por muito tempo”, disse o primeiro-ministro.
Depois das críticas à gestão da pandemia, que fez mais de 43.000 mortos no Reino Unido, fazendo do país o mais afetado na Europa, o Governo de Boris Johnson confronta-se agora com o desafio de fazer o desconfinamento mantendo os contágios sob controlo.
A próxima grande etapa está prevista para o próximo sábado, com a reabertura de pubs, restaurantes, cabeleireiros, museus e cinemas, encerrados desde o final de março.
Boris Johnson pediu na entrevista aos britânicos que respeitem as regras sanitárias quando estiverem nos pubs, restaurantes e hotéis e advertiu que se se repetirem as imagens de praias sobrelotadas do fim de semana passado não hesitará em impor micro-confinamentos em localidades específicas.
Segundo uma sondagem Opinium publicada no sábado, 37% dos britânicos considera que o líder dos Trabalhistas, Keir Starmer, faria um melhor trabalho na gestão da pandemia, contra 35% que considera Boris Johnson o melhor para a tarefa.
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