Segundo o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade (PDIRT-E 2017), a partir de hoje em consulta pública, a gestora de rede elétrica nacional prevê o desenvolvimento do aproveitamento de potencial solar, "dando relevo à informação disponibilizada sobre o elevado volume de pedidos para ligação de projetos solares, totalizando mais de 3.000 megawatt (MW), distribuídos essencialmente pelo Alentejo e Algarve".
Na proposta de PDIRT-E 2017, calendarizado para entrar em exploração entre 2024 e 2026, a REN – Redes Energéticas Nacionais prevê "a realização de novos projetos para receção de nova produção fotovoltaica, cujo montante ascende a 70 milhões de euros, concretizando um eixo que atravessa o Alentejo desde Ferreira do Alentejo até Ourique e continuando mais para Sul até Tavira".
"O operador da RNT [rede nacional de transporte] afirma que este eixo de 400 kV poderá garantir até 800 MW de nova capacidade, ficando valores superiores dependentes de estudos sobre o impacto na operação da RNT e na capacidade de interligação e da libertação de capacidade atualmente reservada na região de Sines", lê-se no documento.
No PDIRT-E 2017, a empresa liderada por Rodrigo Costa propõe uma redução de 30% no investimento até 2022, passando de mais de 600 milhões de euros, na proposta de PDIRT-E 2015 - que nunca chegou a ser aprovado pelo Governo, após parecer desfavorável da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) -, para cerca de 400 milhões de euros, na atual proposta.
Segundo o documento, que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) colocou hoje em consulta pública, também no que diz respeito ao primeiro triénio do plano, entre 2018 e 2020, "cujos projetos de investimento necessitam de Decisão Final de Investimento, seja de aprovação, rejeição ou adiamento, a proposta de PDIRT-E 2017 propõe investimentos num total de cerca de 250 milhões de euros, enquanto os investimento nos primeiros três anos da proposta de PDIRT-E 2015 ascendiam a 380 milhões de euros".
Há dois anos, a ERSE considerou desajustada a proposta de investimento da REN na rede de transporte de eletricidade entre 2016-2025 (o PDIRT-E 2015), que ascendia a um total 1.165 milhões de euros, argumentando então que só o investimento previsto para os primeiros cinco anos do plano, de 607 milhões de euros, representaria um aumento na tarifa de uso da rede de transporte no ano de 2020, comparativamente com o nível tarifário em 2015, entre cerca de 2,6% e 5,3%.
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