No segundo e último dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2020, Mário Centeno voltou a pegar neste tema, em defesa do investimento público realizado nos últimos anos de governação do PS, e referiu que na Câmara do Porto em 2012 “o orçamento de investimento foi realizado em 16% e ficou 30% de todo o orçamento por realizar”.

“Vou entregar na mesa, tal como o senhor deputado [do PSD] Adão Silva já disse, as taxas de execução todas da despesa, da receita, despesa total e despesa de capital da Câmara Municipal do Porto de 2009 a 2013, e tenho imenso interesse em ver aquilo que o senhor vai distribuir, porque só me faltava chegar agora a 2020 e ter de aturar semelhante coisa”, reagiu Rui Rio, já noutra fase do debate.

O presidente do PSD fez esta interpelação à Mesa da Assembleia da República depois de o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, ter retomado o assunto para pedir a distribuição a todas as bancadas do relatório de gestão da Câmara do Porto relativo ao ano de 2012.

Segundo Duarte Cordeiro, nesse documento é possível “constatar a extraordinária execução de 16% que a Câmara do Porto teve nessa altura em despesas de aquisição de capital”.

Logo a seguir à intervenção do ministro das Finanças, o deputado do PSD Adão Silva declarou que o exemplo dado por Mário Centeno sobre a Câmara do Porto era “completamente falso” e comunicou que iria fazer circular “a execução orçamental da câmara do porto nos anos de 2011, 2012 e 2013″.

No encerramento das jornadas parlamentares do PSD, na terça-feira, Rui Rio já tinha reagido a dados apresentados por Mário Centeno no dia anterior sobre a execução do investimento público durante a sua gestão autárquica, acusando o ministro de ter “o desplante de inventar um número e dizer um disparate”.

“Em 2009 [a execução] foi de 89,4%, em 2010 de 83,2%, em 2011 de 83,9% e no seguinte diminuiu para 46,3%. No último ano, pelo menos até outubro, foi de 79,1%. Muitos longe dos 16% de que falou”, afirmou na altura Rui Rio.