Alargamento dos escalões do IRS, fim do pagamento especial por conta, incentivos à empresas e investimento alavancado no Plano de Recuperação e Resiliência. O Governo diz que este é um orçamento de "contas certas", em que não se abdica do rigor orçamental, mas capaz de responder às necessidades do país, privilegiando as famílias com filhos, a classe média e os jovens. Será?

Sandra Maximiano, doutorada em Economia e professora no ISEG, considera que este é um orçamento que visa "agradar a gregos e a troianos, mas acaba por ser poucochinho". João Duque, professor catedrático de Finanças, vê "um orçamento preguiçoso na forma como mete Portugal a recuperar da crise e que não faz uma mudança estrutural da economia portuguesa".

"Não podemos estar em 2022 a recuperar 2019. Temos de pôr a economia a olhar para a frente", defende. Assim, para o professor catedrático de Finanças esta proposta de orçamento revela falta de visão: "Não queremos salários baixos, salários não diferenciados, que não distinguem pessoas qualificas de não qualificadas, ou uma economia que está demasiado dependente de um setor ou que faz coisas que vão deixar de se fazer. Acho que há aqui uma falta de energia e isso é um risco".

Para Sandra Maximiano, o grande problema que se coloca é que o "orçamento não é transparente: é um documento grande, pesado, é difícil para as pessoas perceberem o impacto de x milhões para aqui e x milhões para acolá na sua vida, no seu orçamento".

E quando o tema de se coloca na ordem dos milhões, para João Duque "é preferível não gastar do que gastar mal, porque gastar mal cria vícios".

Uma conversa para rever aqui, moderada pela jornalista Isabel Tavares, onde — tal como acontece na discussão do OE — se passou da análise na generalidade para especialidade.

A primeira "prova de fogo" deste orçamento é a 27 de outubro, data para a votação do documento na generalidade. Se aprovado, segue-se a discussão na especialidade, que irá durar cerca de um mês. A votação final global está marcada para 25 de novembro.

Sandra Maximiano é doutorada em Economia pela Universidade de Amsterdão e professora associada de Economia no ISEG (Escola Superior de Economia e Gestão de Lisboa, da Universidade de Lisboa). Foi professora auxiliar na Faculdade de Purdue e investigadora na Universidade de Chicago. A sua área de estudo atravessa temas como a economia experimental e comportamental, a economia organizacional e do trabalho ou as políticas públicas e gestão da informação, e a investigação centra-se em explorar questões relacionadas com preferências sociais e morais, diferenças de género em decisões económicas e na dinâmica da informação em ambientes competitivos e cooperativos.

João Duque é professor catedrático de Finanças. Antigo reitor do ISEG (Escola Superior de Economia e Gestão de Lisboa), licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas e fez doutoramento em Business Administration na Universidade de Manchester. Além das atividades académicas, assina a coluna Confusion de confusiones no jornal semanário "Expresso".

A primeira "prova de fogo" deste orçamento é a 27 de outubro, data para a votação do documento na generalidade. Se aprovado, segue-se a discussão na especialidade, que irá durar cerca de um mês. A votação final global está marcada para 25 de novembro.

Para lhe dar a conhecer as mudanças que este Orçamento do Estado introduz, preparámos um guia com as propostas do executivo liderado por António Costa que podem mexer com a sua carteira.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.