“A informação que eu tenho é que o dr.Wolfgang Schauble será o próximo presidente do Bundestag, e portanto desejo os maiores êxitos nessa função, que é uma função de altíssima responsabilidade em qualquer país, começando pela Alemanha”, começou por referir, quando questionado sobre as notícias que dão como certa a saída do ministro alemão, após oito anos no cargo, para assumir a presidência da câmara baixa do parlamento federal.

Segundo o ministro, Schäuble foi alguém que “foi compreendendo o sentido” dos compromissos assumidos por Portugal e como esses compromissos eram honrados.

“E portanto é evidente para todos, todos que leem jornais, que começou por exprimir desconfiança em relação a este Governo, e é claro para todos que terminou, ou terminará, o seu mandato como ministro das Finanças da Alemanha apresentando Portugal como um exemplo de como as coisas devem ser feitas”, concluiu.

De acordo com a imprensa alemã de hoje, na sequência das eleições legislativas de domingo passado na Alemanha, Schäuble, um “peso pesado” da União Democrata-Cristã (CDU) e dos dois últimos governos da chanceler Angela Merkel, vai ser proposto para a presidência do Bundestag pelo líder parlamentar dos conservadores, Volker Kauder, e pelo líder parlamentar da União Social-Cristã bávara (CSU), Alexander Dobrindt.

Os dois partidos, aliados tradicionais que integram o mesmo grupo parlamentar, deverão formalizar a proposta a 17 de outubro, segundo o diário Bild e a revista Der Spiegel.

A sua saída do Governo foi crescentemente referida nos últimos dias, dada a fraca prestação eleitoral do partido e as difíceis negociações que se aproximam para a formação de uma coligação entre a CDU/CSU, o Partido Liberal da Alemanha (FDP) e os Verdes.

Durante a campanha, os liberais assumiram o interesse em ter a pasta das Finanças numa futura coligação.

Rosto, na Alemanha, do rigor orçamental, Schäuble é visto por muitos na União Europeia (UE) como figura emblemática da ortodoxia e inflexibilidade de Berlim em matéria de finanças públicas.