“O setor que mais contribui para o PIB [Produto Interno Bruto] português volta a dar provas da sua vitalidade com um novo recorde de 19.590 milhões de euros no valor das exportações”, referiu a associação, em comunicado.
Relativamente ao destino das exportações no ano passado, os principais países foram Espanha, Alemanha e França, com um valor de 4.723 milhões, 3.265 milhões e 3.034 milhões de euros, respetivamente.
Já em relação ao crescimento, numa comparação em termos homólogos, as exportações para a Alemanha foram as que mais subiram, cerca de 11,2%, seguindo-se Espanha, com um crescimento de 8,8% no volume exportado, e França, com mais 4,9%.
“O principal desafio em 2019 foi continuar a manter a trajetória ascendente que ao longo dos últimos anos sistematicamente o setor do Metal Portugal [marca que agrega empresas metalúrgicas e metalomecânicas] tem vindo a conseguir concretizar e continuar a crescer as exportações nos mercados mais relevantes, que são Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde, apesar do ‘brexit’, conseguimos manter basicamente os mesmos números do ano anterior”, disse à Lusa o vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira.
No entanto, aquele responsável admitiu que o desafio de continuar a crescer fora da Europa foi apenas “parcialmente conseguido”, uma vez que as exportações para os Estados Unidos, o principal mercado fora da União Europeia, mantiveram-se aproximadamente nos mesmos valores do ano anterior (500 milhões de euros), devido à guerra comercial que aquele país mantém com a China e também a certas restrições de alguns estados americanos relativamente a alguns produtos e equipamentos que podem ser considerados como potencial material militar.
“Porém, há um crescimento substancial no mercado do Canadá, para onde começámos em 2019 a exportar com algum significado”, sublinhou Rafael Campos Pereira.
A diferenciação dos produtos e equipamentos das empresas portuguesas, a aposta no ‘design’ e na tecnologia, bem como a “excelente relação qualidade/preço” dos produtos portugueses são as razões destacadas pelo vice-presidente da AIMMAP para o crescimento das exportações do setor do metal.
Em relação à epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan, na China, e nas consequências que pode ter nos negócios, Rafael Campos Pereira admitiu não estar muito preocupado, apesar de ressalvar que qualquer fator que prejudique as deslocações, pode também prejudicar de algum modo os negócios.
“Nós não compramos muito na China e a China também não tem sido um dos nossos principais mercados nos últimos tempos […] o que estamos a verificar é que, eventualmente, até tem havido um aumento de encomendas, provavelmente em consequência das dificuldades que a China está a passar nalguns subsetores”, esclareceu, adiantando que “há encomendas que estão a ser retiradas da China e estão a ser localizadas noutras paragens”.
O ano de 2019 para o setor metalúrgico e metalomecânico português ficou também marcado por cinco recordes mensais, com o mês de maio a representar “o melhor de sempre” para o setor com cerca de 1.884 milhões de euros em exportações.
Os meses de março, setembro, outubro e novembro foram os outros quatro meses com novos máximos, tendo todos eles registado valores de mais de 1.700 milhões de euros.
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