“Estão salvaguardados na Constituição da República Portuguesa e na legislação laboral os direitos dos trabalhadores à conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e à proteção da saúde e segurança no trabalho”, refere em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul), afeto à CGTP.
Os trabalhadores da Autoeuropa têm vindo a contestar os horários por turnos propostos pela administração da empresa, devido ao início de produção de um novo veículo na fábrica de Palmela.
Para o sindicato, a administração da Autoeuropa, com quem se reuniu na quarta-feira, está a comprometer os direitos dos trabalhadores, “tendo em vista o aumento dos já avultados lucros”
“Para além disto a lei é clara, relativamente à alteração de horários de trabalho: ‘não pode ser unilateralmente alterado o horário individualmente acordado'”, sublinha o documento do SITE-Sul.
O sindicato reafirma também a posição que considera “clara e inequívoca” no referendo realizado sobre a proposta da administração no que diz respeito à alteração dos horários de trabalho na empresa.
“A administração quer fazer crer que a rejeição dos trabalhadores se reporta, tão só, às ‘compensações’ por si propostas e não quer admitir aquilo que de facto se passou, que foi a clara rejeição à obrigatoriedade do trabalho ao sábado e, como se não bastasse, com retribuição inferior àquela que tem vindo a ser praticada na empresa”, critica sublinhando que “avança” para a greve no próximo dia 30.
O SITE-Sul indica também que mesmo que se venha a verificar, “ou não”, a atual posição da empresa, o sindicato vai realizar um Plenário Geral de Trabalhadores, no dia 28 de agosto.
Na terça-feira a comissão de trabalhadores da fábrica de automóveis demitiu-se na sequência da recusa da maioria dos funcionários do pré-acordo para aumentar horários e turnos, disse à Lusa Fernando Sequeira, membro do organismo.
“A atual lista está demissionária, portanto irá terminar o seu mandato e provocar eleições. Competirá à nova comissão de trabalhadores seguir com as negociações se a empresa o entender, mas só lá muito para o final do mês porque só aí estarão todos os trabalhadores. Este mês [agosto] só estão 50%, outros 50% estão de férias, à vez. Só aí será possível marcar as eleições”, disse o representante dos funcionários da fábrica de Palmela.
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