Num comunicado de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a companhia aérea angolana refere que um reajuste nesta altura, quer no salário base, quer nas diversas componentes remuneratórias, poderia “pôr em risco a sobrevivência da empresa, pois estes ajustes configuram, na realidade, verdadeiros aumentos salariais, incomportáveis pela sua tesouraria”.
Esta é a resposta da TAAG ao sindicato dos Pilotos de Linhas Aéreas, que solicita a revisão salarial desta classe de trabalhadores da empresa, num aumento equivalente em kwanzas a 3.300 euros cuja implementação exigem para este mês, com base num acordo de 2013,
A administração da TAAG sublinha que, ao longo dos anos, “nunca ficou alheia às preocupações e necessidades das várias classes, incluindo a do PNT (Pessoal Navegante Técnico”, bem como sempre respondeu, realizando os reajustes de todas as componentes remuneratórias dentro da capacidade financeira ao seu alcance”.
“Por outro lado, a TAAG tem desenvolvido esforços para a dignificação da classe e elevação da integridade pessoal face às dificuldades e realidade do nosso país. Tal esforço é claramente identificado se comparadas as condições atuais e a sua evolução face às constantes do Acordo Laboral, firmado no ano de 2005, numa clara demonstração do reconhecimento legítimo das reivindicações expressas”, lê-se no documento.
Segundo a companhia, o aumento de 20% proposto e implementado em fevereiro deste ano, decorreu do resultado dos estudos de impacto financeiro realizados e com referência ao índice de inflação que foi de 17,5%, “constituindo um enorme esforço nas capacidades da empresa”.
A empresa sublinha que este aumento não abrangeu o Conselho de Administração, e que pese embora sejam as responsabilidades dos pilotos diferenciadas dos demais, “é o esforço do universo de trabalhadores nas suas mais distintas funções que torna cabal a realização do objeto social da TAAG, enquanto empresa do ramo de transporte da aviação”.
A administração da companhia aérea angolana realça que o facto de a TAAG ter atualizado os preços dos bilhetes de passagem, em paralelo com a depreciação do kwanza, decorre da obrigatoriedade de o fazer no âmbito dos acordos tarifários celebrados com a IATA (International Air Transport Association).
“Esta aparente vantagem é consumida pela necessidade real de fazer face aos custos operacionais em moeda estrangeira, que correspondem a 80% dos seus custos totais, não permitindo qualquer indexação de remunerações salariais ao dólar”, acrescenta a nota.
Segundo a TAAG, a realidade financeira da empresa, bem como as reestruturações que a mesma necessita, com vista à sua manutenção, sustentabilidade e rentabilidade é do conhecimento do Sindicato dos Pilotos.
“O processo de reestruturação e da transversalidade das atualizações salariais, impõe cada vez mais, a necessidade de comprometimento de todos os trabalhadores da TAAG”, refere o documento, sublinhando que “esta decisão da TAAG baseia-se na recuperação financeira e manutenção da empresa enquanto sociedade comercial rumo à privatização, não obstante ser ainda de capitais exclusivamente públicos”.
A finalizar, a TAAG à compreensão e apoio do Sindicato dos Pilotos de Linhas Aéreas, enquanto parceiro social para a recuperação e manutenção da empresa, reiterando o compromisso de permanente diálogo com os sindicalistas, “na procura de entendimentos que satisfaçam ambas as partes”.
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