“Nos plenários realizados na terça-feira e hoje de manhã, os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram a realização de greves parciais de duas horas nos quatro turnos”, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), Rogério Nogueira.
“A CT está também mandatada para agudizar as formas de luta se não houver uma alteração da posição da empresa”, acrescentou Rogério Nogueira, lembrando que os trabalhadores exigem um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, e que a empresa decidiu atribuir um prémio único de 400 euros, que deverá ser pago este mês de novembro.
O coordenador da CT alega que os trabalhadores não se conformam com a decisão unilateral da empresa (de atribuir um prémio único de 400 euros) e que tudo fizeram para manter a paz social na fábrica de automóveis do grupo Volkswagen.
“A paz social tem de ser construída com o contributo das duas partes. Os trabalhadores fizeram a sua parte, a empresa fechou a porta ao diálogo”, acusou o coordenador da CT da Autoeuropa.
A confirmar-se a greve anunciada para 17 e 18 de novembro, será a segunda paralisação por questões laborais em três décadas de atividade da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela.
A primeira greve na Autoeuropa – excetuando as que ocorreram no âmbito de greves gerais a nível nacional – teve lugar a 30 de agosto de 2017, quando os trabalhadores cumpriram uma paralisação de um dia contra a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado, o que obrigou a uma paragem de toda a produção.
No passado mês de outubro a Autoeuropa deixou de produzir o Volkswagen Sharan, modelo que se manteve em produção mais de 30 anos, desde o início de atividade da fábrica, o que permitiu libertar capacidade de produção para o T-Roc, que a empresa diz ter sido o carro da Volkswagen mais vendido na Europa em julho e agosto deste ano.
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