O Tribunal da Relação de Paris rejeitou, na terça-feira, o pedido dos trabalhadores da sucursal francesa da Caixa Geral de Depósitos para terem acesso ao plano de reestruturação do banco acordado entre o Governo português e Bruxelas, cerca de dois meses e meio após o início da greve contra o encerramento dos balcões da CGD em França.
“As instâncias representativas do pessoal da CGD (Comissão de trabalhadores) anunciam a sua intenção de recorrer desta decisão”, diz um comunicado emitido pela intersindical FO-CFTC, que integra os sindicatos relacionados com a greve na CGD França, e a Comissão de negociação eleita pelos trabalhadores em luta.
O tribunal justificou a rejeição dos pedidos de acesso aos documentos, com a “confidencialidade decidida e imposta pelo Estado português aos pedidos de divulgação de certas informações, a coberto do segredo profissional”.
O mesmo Tribunal da Relação de Paris ordenou que a CGD dê acesso à Comissão de Trabalhadores “a um certo número de documentos que até agora o banco público tinha recusado disponibilizar”, nomeadamente, as atas dos Conselhos de Administração da CGD desde janeiro de 2013.
A sucursal em França da CGD tem 48 agências e mais de 500 trabalhadores.
A redução da operação da CGD fora de Portugal (nomeadamente Espanha, França, África do Sul e Brasil) foi acordada em 2017 com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público.
Em maio, o presidente da CGD, Paulo Macedo, afirmou querer manter a operação da CGD em França e adiantou que está a negociar isso com as autoridades europeias.
A redução da operação da CGD acordada com a Comissão Europeia passa também pelo fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, 70 dos quais encerram ainda este ano.
Em 2017, fecharam 67 balcões, pelo que, com o encerramento destas 70 agências, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.
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