“De acordo com os resultados de 2022, pelo menos 109 grandes e médias empresas sofreram perdas diretas em consequência da invasão em grande escala lançada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022”, disse a KSE, citada pela agência local Ukrinform.
O setor privado foi mais afetado, com perdas avaliadas em nove mil milhões de dólares (8,2 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
As perdas indiretas das empresas atingiram 33,1 mil milhões de dólares (30,4 mil milhões de euros).
A KSE tem em curso o projeto “A Rússia pagará” para “documentar, verificar, analisar e estimar todos os danos materiais causados à infraestrutura física da Ucrânia”.
Segundo os peritos envolvidos no projeto, serão necessários 24,9 mil milhões de dólares (22,9 mil milhões de euros) para reconstruir as empresas afetadas pelos combates.
As empresas destruídas ou danificadas estão maioritariamente concentradas em seis regiões, com Kiev e Donetsk à frente, cada uma com 17% do total.
Seguem-se Zaporijia (14%), Kharkiv (13%), Lugansk (10%) e Mykolaiv (8%).
A KSE destacou o complexo metalúrgico de Mariupol, incluindo a fábrica da Azovstal, como uma das maiores empresas em termos de ativos que sofreram perdas diretas com a guerra.
A fábrica de aço da Azovstal foi onde se entrincheiram os elementos do Batalhão de Azov, considerado neonazi por Moscovo, durante a batalha de Mariupol (região de Donetsk, leste), em abril e maio do ano passado.
As forças ucranianas acabaram por se render aos russos após mais de um mês de resistência, de que resultaram milhares de prisioneiros de guerra.
As instalações do complexo sofreram danos avultados devido aos bombardeamentos russos.
Segundo a KSE, 19 empresas privadas e estatais (17%) de entre as grandes e médias empresas foram completamente destruídas, e outras 90 (83%) foram parcialmente danificadas.
“Com a estabilização da frente [de guerra], a quantidade de danos novos nas empresas também diminui”, disse Dmytro Goryunov, um dos responsáveis pelo projeto “A Rússia vai pagar” num comunicado disponibilizado no ‘site’ da KSE.
O também economista sénior do Centro de Estratégia Económica da Ucrânia disse que “o número de novos casos de pilhagem ou roubo de mercadorias continua a decrescer”.
Salvaguardou, porém, que a informação sobre destruições ou danos provocados nas empresas “chega com algum atraso”.
No ‘site’, a KSE adverte que os dados que disponibiliza “são utilizados para a avaliação geral dos danos causados à Ucrânia, às suas infraestruturas em geral e à economia, e não para a avaliação individual de empresas ou objetos individuais”.
Refere também que os cálculos são feitos com base “na experiência internacional de avaliação de danos e reconstrução pós-guerra dos países de África, do Médio Oriente, da Ásia Central e dos Balcãs Ocidentais”.
O projeto da Escola de Economia de Kiev envolve a Presidência da República e os ministérios da Economia, da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados, das Infraestruturas, e do Desenvolvimento das Comunidades e Territórios da Ucrânia, contando com apoio da cooperação dos Estados Unidos.
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