A ajuda de Angola é uma resposta do Presidente angolano, João Lourenço, a um pedido do seu homólogo congolês, Félix Tshisekedi, na sequência da mini-cimeira para a paz e segurança na região leste da RDCongo, realizada em Luanda no passado dia 23, adianta uma nota de imprensa da Presidência angolana.

João Lourenço é atualmente o presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos e mediador do processo de paz e segurança na região leste da RDCongo.

A mini-cimeira sobre a paz e segurança no leste da RDCongo decidiu a cessação das hostilidades e um cessar-fogo dos rebeldes do movimento M23, que Kinshasa diz ser apoiado pelo Ruanda, a partir das 18:00 locais de sexta-feira.

O M23, uma antiga rebelião dos tutsi, pegou em armas no final do ano passado e tem sido visto desde o início por Kinshasa como ativamente apoiado pelo Ruanda, apesar de o país negar o seu envolvimento.

Os rebeldes passaram a controlar, recentemente, grandes extensões de território a norte de Goma, a capital provincial do Kivu do Norte, na RDCongo, tendo também garantido uma significativa quantidade de armamento.

A mini-cimeira de Luanda decidiu a cessação das hostilidades de sexta-feira à noite no leste da RDCongo, seguida da saída dos rebeldes do M23 "das áreas ocupadas" e da sua "retirada para as posições originais".

Se os rebeldes recusarem, a força regional da África Oriental, que será mobilizada para Goma, "utilizará a força para os obrigar a cumprir" o acordo.

O encontro, que decorreu em Luanda, sob mediação do Presidente angolano, na qualidade de mediador da União Africana (UA), decidiu também a "continuação do pleno desdobramento da força regional", segundo um comunicado final da reunião, e contou também com a presença do Presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye, e do antigo chefe de Estado do Quénia Uhuru Kenyatta, estes convidados por João Lourenço.

A situação da segurança na região leste da RDCongo foi o tema em discussão no encontro, ocasião em que os chefes de Estado "expressaram a sua preocupação relativamente ao agravamento da insegurança e das ações militares persistentes do M23".

Segundo o comunicado final, os estadistas manifestaram-se igualmente preocupados com a aquisição pelo M23 de armas cada vez mais sofisticadas e outros meios para realizar ataques contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e a persistência de forças negativas e terroristas no leste da RDCongo.

 

RCR (MBA/DYAS) // JH

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