A assinatura da convenção do financiamento, em forma de empréstimo, ocorreu no Ministério das Finanças, entre o ministro João Fadiá e os diretores dos cinco bancos comerciais que operam na Guiné-Bissau.
A cerimónia foi presenciada pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Serifo jaquité, em representação do primeiro-ministro, Nuno Nabian.
O ministro das Finanças, João Fadiá, afirmou que o Governo "não podia ficar indiferente" perante a situação provocada pela pandemia de covid-19.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, declarou o estado de emergência no país até 11 de maio no âmbito da prevenção e combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus no país, que regista 594 infeções.
Devido à pandemia da covid-19, a campanha do caju deste ano deverá render aos cofres do Tesouro guineense oito mil milhões de francos CFA (cerca de 12 milhões de euros), menos cinco milhões de francos CFA em relação a 2019.
Em nome dos cinco bancos comerciais do país, Rómulo Pires, diretor do Banco da África Ocidental (BAO), enalteceu a "preocupação e sensibilidade do Governo" em relação ao caju e frisou que o empréstimo permitirá que os bancos tenham "alguma liquidez", permitindo que reforcem a sua intervenção no financiamento da campanha.
O diretor do BAO sublinhou, no entanto, que o acesso ao dinheiro disponibilizado pelo Governo só será possível mediante o cumprimento de "critérios de admissibilidade", nomeadamente o operador não ter dívidas, ter um contrato de compra e venda do seu produto, ter o produto assegurado e ter a logística montada, entre outros.
A cada banco o Governo disponibilizou o correspondente a três mil milhões de francos CFA (cerca de 4,5 milhões de euros), dinheiro que deverá ser reembolsado dentro de nove meses a uma taxa de juro de 2%.
Para o ministro Serifo Jaquité, com o empréstimo aos bancos, o Governo "está a cumprir com a sua responsabilidade social e económica", o que irá permitir que "grande parte da comunidade rural venda o seu principal produto" agrícola.
A campanha de comercialização da castanha de caju decorre, normalmente, entre os meses de abril a setembro, mas este ano, dada à situação da pandemia da covid-19, regista-se pouco movimento à volta do produto.
Presenciaram a assinatura da convenção do financiamento entre o Governo e os bancos, as associações de agricultores e as duas câmaras do comércio guineense.
MB // LFS
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