"Foi planeado para sabotar o processo de negociações para o acordo de referendo, de cinco de maio, que levou à realização do referendo de 30 de agosto", disse o chefe de Estado timorense.

José Ramos-Horta falava durante um seminário, em Liquiçá, dedicado ao tema "Celebrar a vitória e lutar pela justiça, não somos vítimas, mas autores históricos" para assinalar os 25 anos do massacre da igreja naquela localidade, ocorrido em 06 de abril de 1999, e que contou também com a presença do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Em 06 de abril de 1999, cerca de duas mil pessoas refugiaram-se na igreja de Liquiçá, depois de soldados indonésios e milícias pró-Indonésia terem queimado e pilhado casas naquele município.

As milícias atacaram a igreja, tendo matado entre 30 e 100 pessoas.

"Quando a violência aumentou, Portugal e as Nações Unidas queriam adiar a votação, mas Xanana Gusmão disse que não e a sua determinação levou à realização do referendo em 30 de agosto de 1999", afirmou José Ramos-Horta.

O massacre de Liquiçá, que ocorreu cinco meses antes da realização do referendo, marcou o início de uma onda de violência, que só terminaria em setembro de 1999, com a entrada da Força Internacional para Timor-Leste, liderada pela Austrália.

O primeiro-ministro, Xanana Gusmão, pediu aos estudantes de Liquiçá para escreverem a história do massacre para que as próximas gerações a possam conhecer.

MSE // VM

Lusa/Fim