
O jornal New York Times (NYT) noticiou na quinta-feira à noite que o Pentágono ia informar Musk sobre os planos militares de Washington.
O diário citou duas autoridades norte-americanas que confirmaram que Musk tinha um encontro marcado para hoje no Pentágono para discutir planos de guerra contra a China.
Segundo o NYT, o 'briefing' incluiria 20 a 30 'slides' sobre a forma como os Estados Unidos abordariam um conflito e possíveis alvos militares que podiam ser apresentados a Trump para eventuais ataques.
Em declarações aos jornalistas na Sala Oval da Casa Branca, Trump e Hegseth confirmaram que Musk esteve no Pentágono, embora tenham negado que tenha recebido qualquer informação sobre a China.
"Recebemo-lo hoje no Pentágono para falar sobre o DOGE [Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Musk] e a inovação, foi uma grande conversa informal", comentou o secretário da Defesa.
Segundo Hegseth, o artigo do Times "tinha a intenção de prejudicar a relação entre o Pentágono e Elon".
O secretário de Defesa norte-americano afirmou ainda que "não há planos de guerra, não há planos de guerra contra a China, não há planos de guerra secretos", acrescentando: "Não é isso que fazemos no Pentágono".
Trump, por sua vez, realçou que Musk esteva no Pentágono para discutir gastos e o DOGE, e negou pela terceira vez em poucas horas que o magnata, que financiou a campanha presidencial com milhões de dólares, tivesse acesso a informações confidenciais.
"Não quero mostrar isto a ninguém. Estamos a falar de uma potencial guerra com a China. Não quero que outras pessoas vejam uma potencial guerra com a China declarou o Presidente norte-americano, que ressalvou não pretender abrir uma frente de conflito com Pequim.
"Se fizéssemos isso, estaríamos muito bem equipados para lidar com isso, mas não quero mostrar isso a ninguém. Não devia mostrar isso a um empresário", acrescentou Trump.
O líder da Casa Branca salientou ainda que "Elon tem negócios na China", pelo que acredita que o empresário "não gostaria de se colocar nessa posição".
Musk é diretor-geral da SpaceX e da Tesla, duas empresas com contratos importantes com o Pentágono, e mantém amplos interesses financeiros na China.
O acesso de Elon Musk a informação ultrassecreta expandiria significativamente o já influente papel como conselheiro de Trump e chefe do DOGE, uma entidade que leva a cabo a eliminação de agências federais e a demissão de milhares de funcionários públicos.
Os planos de guerra do Pentágono, conhecidos na gíria militar como "O-plans" (planos operacionais), estão entre os segredos mais bem guardados das Forças Armadas dos EUA.
A divulgação podia permitir a um país inimigo reforçar defesas e corrigir vulnerabilidades, reduzindo a eficácia da estratégia de Washington.
Antes de surgir na Sala Oval, Trump já tinha desmentido a informação com vários 'posts' na rede Truth Social, aproveitando para atacar o NYT como "um dos piores e mais imprecisos jornais de todo o mundo".
HB // EJ
Lusa/Fim
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