As generalizações são um modo de vida altamente prejudicial e, por norma, comportam um número considerável de preconceitos. A sociedade muda e, por isso, é crucial que estejamos disponíveis para a mudança.
Estaremos nós capacitados para ver o mundo ao contrário? Ver as nossas convicções questionadas? Os nossos valores invertidos? E que valores valem mais do que outros que se possam invocar? Como diz um amigo, viver é muito difícil porque mete pessoas e, quando mete pessoas, está o caldo entornado.
Somos todos criaturas únicas, saídas de um único molde. Podemos partilhar ideias, convicções, ideologias, fé, gostos e interesses, mas o que nos reúne numa espécie concreta é o facto de termos todos, homens, mulheres, não binários, o mesmo espectro emocional. Todos sentimos dor, alegria, abandono, inveja e por aí fora. Não será à toa que os médicos repetem à exaustão que cada corpo é um corpo.
Ora, cada cabeça sua sentença, já se sabe. Por que carga de água é que queremos meter as pessoas em gavetas e gavetinhas? Por que precisamos tanto de rótulos? Em Portugal, além do mais, estamos sempre focados na comparação mesquinha da realidade do Outro que, dizem, nunca é merecedor de coisa alguma, subiu porque assim e assado.
O fel que se destila é prejudicial. As gavetas não comportam todos, não servem a toda a gente. Escolher aceitar a diferença é também um gesto humanista. Quem não o entende dificilmente pode invocar certos valores e princípios.
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