Um rapaz que tenha visto a mãe submeter-se ao pai talvez vá replicar o comportamento e exija da namorada o que nenhum ser humano deve exigir seja a quem for.

“Eu dou-te a liberdade para fazeres...” Há frases que são mortais e esta é reveladora do posicionamento face ao outro/a. Significa que aquela pessoa considera que, por estar envolvida numa relação amorosa, pode aprisionar e condicionar comportamentos, “certas liberdades”. Neste discurso cabe muitas vezes a palavra respeito e, como se sabe, o respeito implica liberdade, a tal que não se dá a ninguém e tão pouco se autoriza.

Ainda hoje conheço casais cuja relação não é paritária. Na maioria dos casos que conheço, são as mulheres que são desfavorecidas. Conheço maridos que controlam o smartphone da sua cara metade ou até mesmo a conta bancária. Conheço jovens que entendem que o namoro implica obrigações e até um dress code. “Vais assim à rua? Comigo não”. Também existe a variante do amuo que se presta muito a esta afirmação: “Tu é que sabes”.

Assim ​se fragiliza alguém, assim se destrói a auto-estima, assim se desvaloriza e diminui uma pessoa.

Uma relação amorosa digna desse nome impõe a ideia de compromisso, mas isso não significa deixar de se fazer o que se gosta e, muito menos, limitar a outra pessoa. Podia citar a tal canção do Sting, mas não vale a pena. Parece uma coisa óbvia. Insisto: não é.

“Tu não percebes que estás errada?” Talvez em tempos alguém entendesse a frase com candura. Não tenho como.

Importa educar os jovens na forma como se relacionam amorosamente. Importa dizer que o ciúme não é prova de amor, mas sim de posse.​ Que um namoro não é um ferro em fogo quente queimado no braço, como uma marca. Um casamento também não​. As pessoas que se amam, confiam.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.