Aos governos de direita a Cultura aflige imenso, toda esta gente com ideias, a complexidade dos dossiers, a dimensão mais popular, a outra mais elitista, a quantidade de coisas que se arrumam no saco cultural... enfim, uma maçada que resolvem, habitualmente, com o fim do ministério e a criação de uma secretaria de Estado, dependente ou não do gabinete do primeiro-ministro. Como se sabe, os primeiros-ministros adoram Cultura.
O que fará Luís Montenegro? Irá buscar quem, para assegurar este grande aborrecimento? Como se sabe também, a malta está a fazer fila para ingressar um Governo cuja longevidade prevista é de...? Pois. Uma coisa é certa, a Cultura emprega, direta e indiretamente, milhares de portugueses. Tem impacto na economia, e na educação, e é essencial para sabermos quem somos, quem fomos e quem seremos. Não podemos desprezar a literatura, o teatro, o bailado, a ópera, a música, as artes plásticas e, se vos aprouver, podem incluir ainda no saco da cultura todas as práticas desportivas.
Sem vida cultural um país não cresce, não se desenvolve, não estimula debates nem promoção de pensamento. A Cultura é tão crucial quanto outras matérias sobre as quais Luís Montenegro terá de se ocupar (com a enorme alegria de ter as contas certas e mais dinheiro do que nunca, mas sobre isso não vale a pena falar porque o mérito, vai-se a ver, não é do antigo Governo, é do Espírito Santo). Como se costuma dizer por aqui: temo o pior.
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