Com o investimento a concretizar até ao final deste ano, a cobertura desta tecnologia passa a ser superior em 80% em Olhão, 85% em Albufeira, 95% em Lagos e 75% em Arruda dos Vinhos, segundo informações enviadas à Lusa pela empresa.

"Este reforço em fibra ótica vai permitir aos habitantes e empresas destes concelhos usufruir de uma rede mais rápida e resiliente, e, consequentemente, de uma evolução significativa dos índices de conectividade da região", sublinha a operadora na nota.

Em Arruda dos Vinhos, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, explicou que, desde há quatro anos, a operadora tem vindo a investir dois mil milhões de euros na expansão da rede de fibra ótica e de 4G, para chegar a seis milhões de lares e de empresas nacionais, correspondentes a 85% do território coberto.

"É um investimento para alavancar o investimento económico e social do país, garantindo uma igualdade de oportunidades", frisou Alexandre Fonseca, para quem o "Estado não se pode alhear de levar as redes a territórios de baixa densidade".

O responsável lembrou que a pandemia de covid-19 veio tornar "fundamentais as redes de fibra ótica" no sentido de se "conseguir trabalhar e estudar a partir de casa, assim como comunicar" e que é "graças às autoestradas digitais que se consegue atrair investimento".

Por seu lado, o presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo, disse que, em 2019, a cobertura de fibra ótica no concelho era de 50% nas freguesias de Arruda dos Vinhos e Cardosas e abaixo de 25% nas restantes, sendo atualmente de 60%, justificando assim a necessidade de reforço da fibra ótica, sobretudo, para atrair investimento ao território.

Em Olhão, a Altice inaugurou ainda o polo do Altice Labs, um laboratório dedicado à inovação tecnológica onde, em cooperação com a Universidade do Algarve, estão a ser desenvolvidos projetos de inteligência artificial de estudo da retina, de desenvolvimento de ‘software' para soluções na área da saúde e de telemática rodoviária, uma tecnologia que utiliza fibra ótica para construir redes multiponto.

O projeto de estudo da retina vai permitir caracterizar espécies de peixes e criar bases de dados de imagens e, desta forma, identificar espécies de modo automático, sobretudo, em aquacultura.

Em Portimão, a Altice também inaugurou uma cabine de leitura, com uma pequena biblioteca, depois da reconversão de uma antiga e desativada cabine telefónica.

Trata-se da segunda cabine de leitura do Algarve e a 43.ª em todo o país.

Altice diz que Estado deve investir na cobertura de quem não consegue falar ao telemóvel

O presidente da Altice disse hoje que a Anacom e o Governo devem preocupar-se na cobertura dos 0,5% dos portugueses que não conseguem falar ao telemóvel por falta de rede, em vez de imporem obrigações adicionais aos operadores.

"Mais do que fazer este folclore mediático sobre freguesias que já estavam no nosso plano de implementação, gostava que a Anacom se preocupasse com os 0,5% dos portugueses que não têm sequer rede 2G, que não conseguem sequer falar ao telemóvel e que deveriam ser alvo de um programa com financiamento público e privado para garantir que também sejam portugueses de primeira e isso depende do regulador e do Governo", afirmou Alexandre Fonseca à agência Lusa, à margem da assinatura de um acordo com a câmara de Arruda dos Vinhos.

O presidente executivo da Altice Portugal desvalorizou as obrigações adicionais de cobertura requeridas pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) aos operadores no âmbito da atribuição de mais frequências, por considerar que "não são nada de novo" do que já existe há 10 anos.

A Altice "já serve 99,5% da população portuguesa e isso foi feito ultrapassando as obrigações de cobertura impostas pelo regulador", sublinhou.

A Anacom) aprovou a renovação, até abril de 2033, dos direitos de utilização de frequências (DUF) da Meo e Vodafone, impondo "obrigações adicionais de cobertura de 100 freguesias".

A renovação dos DUF "é acompanhada da imposição de obrigações adicionais de cobertura de 100 freguesias de baixa densidade populacional, nas quais estes prestadores terão de disponibilizar um serviço de banda larga móvel com um débito mínimo de 100 Mbps, que contemple, pelo menos, 90% da população", segundo informou o regulador.

Das 100 freguesias, a Meo "terá de assegurar a cobertura de 56 e a Vodafone terá de cobrir 44", detalhou o regulador, explicando que a diferença de número "prende-se com a quantidade de espectro atribuída a cada um destes operadores".

Esta decisão é agora submetida a audiência prévia e consulta pública por um período de 20 dias úteis.

Nos termos do sentido provável de decisão, "a Meo e a Vodafone deverão acordar entre si, até 30 de junho de 2022, a distribuição das freguesias cuja cobertura terão de assegurar, e comunicar à Anacom a decisão alcançada".

Cada uma das operadoras não pode escolher uma freguesia em que já tenha obrigações de cobertura específicas que decorrem do leilão multifaixa ou da renovação dos DUF relativos aos 2,1 GHz.

Cabe ao regulador homologar o resultado do acordo ou, na ausência do mesmo, decidir quanto à distribuição das freguesias pelas operadoras, "recorrendo para o efeito a um sorteio aleatório por freguesia, concretizando assim o âmbito geográfico das obrigações de cobertura, o qual passa a fazer parte integrante dos títulos que consubstanciam os direitos de utilização de frequências".

No prazo de um ano, a contar a partir da data de homologação de acordo e/ou do resultado do sorteio, a Meo e a Vodafone Portugal devem cumprir com as obrigações de cobertura das 100 freguesias.