A tecnologia está a ser testada nas estações de comboio da megacidade de Zhengzhou.

Os óculos, muito similares aos Google Glass, desenvolvidos pela LLVision Technology, sediada em Pequim, foram lançados no início deste ano e já terão ajudado a identificar sete alegados criminosos, além de 26 pessoas que tentavam viajar com documentação falsa.

Na China, para viajar de comboio é preciso apresentar documentos de identificação, explica o Business Insider (BI), adiantando que o objetivo é impedir que pessoas com dívidas elevadas usem comboios de alta velocidade e limitar a movimentação de minorias religiosas.

Os óculos estão ligados a uma base de dados de suspeitos, sendo que nesta fase não é claro quando tempo demora a informação a ser obtida pelo dispositivo.

Todavia, no período de testes, segundo o CEO da LLVision, Wu Fei, o sistema conseguia identificar alguém de uma base de dados de 10 mil indivíduos em 100 milissegundos.

Apesar de ser a primeira vez que a tecnologia de reconhecimento facial é aplicada a óculos utilizados pela polícia, o facto é que a tecnologia tem vindo a ser abundantemente utilizada na China, o que já levantou objeções por parte de grupos de direitos humanos que defendem o direito à privacidade.

A China está neste momento a criar um sistema de vigilância capaz de reconhecer qualquer um dos seus cidadãos em apenas três segundos. Segundo uma estimativa, a China terá mais de 600 milhões de câmaras de CCTV em 2020.

Um dos desafios de correr um programa de reconhecimento facial em câmaras de CCTV é que a imagem é muitas vezes de fraca qualidade e o processo lento: quando o alvo é finalmente identificado já não pode ser capturado. Os óculos, por comparação, dão à polícia mobilidade e flexibilidade.

Porquê nas estações de comboio? O novo ano chinês celebra-se a 16 de fevereiro este ano, pelo que é expectável que se realizem 389 milhões de viagens de comboio entre 1 de fevereiro e 12 de março.